quarta-feira, março 23, 2016

Democracia, quem sois vós? Artigo de Fernando Nivaldo Batista

Em tempos sombrios urge indagar aos brados: Democracia, quem sóis vós?

Todos os dias acompanhamos os diversos meios de comunicação realizarem a cobertura dos últimos acontecimentos da política do nosso país como momento significativo e histórico. O cenário é de instabilidade profunda na economia e na política. No entanto, tais fatos não irão gerar, jamais, um sono mórbido na democracia.

Antes de mais nada, este artigo não quer ser um defensor deste ou daquele partido político; tampouco o de condenar ou absolver ninguém. Para isto existe a esfera do judiciário, a quem cabe investigar, julgar e condenar. Não sou cientista politico, menos ainda um catedrático em leis. Sou cidadão, isso me basta e me incentiva, dentro do direitos a mim ofertados pela Constituição, à lançar um olhar sobre a realidade atual e opinar acerca dela. Pra mim isso chama-se Democracia.

Falando em Democracia, valho-me das palavras do historiador brasileiro Leandro Karnal: “(...) A democracia não é um sistema onde todo mundo é ético, mas é um sistema onde os não éticos podem ser punidos. Não é um sistema onde todo mundo é bom, mas o sistema onde alguns ruins podem ser punidos. Não é o sistema que garante o paraíso na Terra ,mas é o sistema que impede que o inferno se instale(...)”. Continua Karnal: “A democracia não é apenas o melhor sistema, mas é o único sistema que possibilita que alguma ética, alguma justiça, alguma igualdade social possa existir,mesmo com suas falhas estruturais(...)” (fonte: www.facebook.com/leandrokarnaladmiradores).

É com penar e pesar que, todos nós, cidadãos brasileiros, estamos acompanhando, não de forma passiva, o país sofrer com a corrupção, com a pusilanimidade institucional. Em tempos sombrios urge indagar aos brados: Democracia, quem sóis vós? Ela, certa e pronta responderá retumbante: Sou aquela que caminha convosco, pois assim me pensaram, assim me escolheram, desejaram-me após duras penas e grandes atrocidades. Hoje carrego nos braços cada um e todos, garantindo-lhes direitos e deveres.

Esse enlace se deu com muito esforço e encorajamento, pois “o surgimento da nova Constituição democrática foraresultado de um processo gradativo, fruto da insatisfação e pressão social generalizada, ansiosa por restaurar as despedaçadas instituições democráticas por meio da única via legítima, uma Assembleia Constituinte” (Paulo Bonavides, 2002).

O esfacelamento da Democracia é algo grave. Não se pode permitirque o Estado democrático de Direito seja aviltado, vilipendiado. A máxima do atual cenário politico é “Homo homini lupus”,o Homem é lobo do próprio homem (Thomas Hobbes, obra “O Leviatã”, 1651),sem se preocupar com o bem comum, esquecendo-se que “o poder emana do povo”?(Art. 1º,parágrafo único da CF,1988). Aos que caberiam governar o país, a estes interessa apenas quem tem a “mordida” mais forte? Cada cidadão refletirá e encontrar, senão a solução, a resposta, certamente.

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