Nesta quarta-feira (30), a governadora Raquel Lyra esteve em Jatobá para inaugurar mais uma cozinha comunitária, desta vez na Aldeia Pankararu, no sítio Caldeirão. Sem dúvida, toda ação voltada ao combate à fome é bem-vinda, e a instalação da segunda cozinha comunitária no município é um passo positivo. Mas é preciso dizer com clareza: o povo de Jatobá precisa de muito mais do que isso.
É preciso ir além. O povo de Jatobá não quer apenas sobreviver, quer viver com dignidade, com acesso a direitos básicos e condições reais de desenvolvimento. O que eu queria ver mesmo era a retomada das obras da rede de distribuição de água para atender a Aldeia Pankararu — um projeto abandonado, que deveria estar em curso por meio da Compesa e em parceria com outros órgãos.
É inadmissível que, em pleno 2025, tenhamos comunidades inteiras sofrendo com a falta d’água em um município cravado às margens do Rio São Francisco. A região da beira rio, com tantas famílias trabalhadoras, ainda enfrenta a escassez de água potável, um bem essencial, enquanto promessas seguem sem sair do papel.
Outro ponto que mereceria atenção de verdade por parte do governo estadual é o investimento no setor de piscicultura. Somos o maior produtor de tilápia do nordeste, e o segundo maior do Brasil. Temos produtores de tilápia batalhando todos os dias, com potencial para gerar emprego e renda, mas sem o apoio necessário do governo do estado. Queria ver a governadora anunciar, por exemplo, a instalação de uma fábrica de beneficiamento de tilápia, isso sim seria um passo concreto para o desenvolvimento local, promovendo não só o crescimento econômico, mas também a emancipação real do nosso povo.
É preciso lembrar que, nos últimos anos, o único período em que o município viu investimentos mais concretos foi durante o governo anterior, do PSB. Desde então, vivemos um retrocesso. A atual gestão estadual parece estar mais preocupada com a cerimônia das inaugurações do que com a entrega efetiva de soluções duradouras.
Portanto, governadora, ações pontuais são importantes, mas o povo de Jatobá precisa de mais que paliativos. Precisamos de obras estruturantes, de políticas públicas que mudem realidades e gerem oportunidades duradouras e tragam desenvolvimento. Porque dignidade não se sustenta apenas com o prato cheio — ela se constrói com acesso à água, à produção e ao progresso. Isso sim é transformação de verdade.
Por Éder Rodrigo, vereador (PSB)