Petrolândia vista por Abdias Moura em 1985

Pôr-de-sol sobre o ocaso de Petrolândia De pé, sobre um soberbo pedestal, eu contemplo o São Francisco. Estou na margem pernambucana, enquanto, do outro lado do rio, nos terrenos cultivados de Santo Antônio da Glória, vejo se aproximar uma boiada, para atravessá-lo silenciosamente, a nado, como já se fazia na época em que o padre Martinho de Nantes andava pelos sertões. A Bahia vista do cais de Petrolândia Subi mais de uma vez, em companhia de meus filhos e de pessoas amigas, até o alto desta sólida ruína, emoldurando o cais de um porto fantasioso, de onde crianças se lançam, para mergulhar no rio. Às minhas costas, a cidade de Petrolândia, antigo bebedouro de Jatobá, ex-Itaparica, durante certa época Jatobá de Tacaratu, que se preparava ao mesmo tempo para comemorar o primeiro centenário como cidade e se imolar logo depois ao progresso, conforme fora programado por administradores e engenheiros, ávidos em obter do São Francisco maior quantidade de energia hidrelétrica, ain