segunda-feira, outubro 31, 2011

No Sobrado, diretoria da ABAMA, junto com representantes do INCRA, se reúne com membros da Associação dos Beneficiários do Projeto Dr. Miguel Arraes de Alencar

Reunião dos associados da ABAMA (Fotos: Lúcia Xavier)
Rio São Francisco, visto do Projeto de Assentamento Dr. Miguel Arraes
Assis Ramalho entrevista Rogério Novaes, presidente da ABAMA
 
Na manhã do dia 29/10/11, estive no Sítio Sobrado, zona rural de Petrolândia, às margens do rio São Francisco, para assistir à reunião da Associação dos Beneficiários do Projeto de Assentamento Dr. Miguel Arraes – ABAMA com representantes do INCRA. Os associados estão insatisfeitos com a demora da construtora em concluir as obras que ficaram paralisadas durante um ano.

Os funcionários do INCRA não estavam autorizados a conceder entrevista. Após a reunião, entrevistei o Sr. Rogério Gomes de Sá (Rogério Novaes), presidente da ABAMA, para o programa “Acordando com as Notícias”.

Assis Ramalho: Qual é a sua avaliação (sobre a reunião), Rogério?

Rogério Novaes: Na realidade, o intuito da gente nessa reunião foi justamente acertar os pontos que estavam deixando a desejar junto com o pessoal do INCRA e até mesmo um pouco do pessoal beneficiado. Mas, Graças a Deus, acho que a reunião teve um bom encaminhamento e vamos confiar primeiramente em Deus, segundo no povo, que a gente vai conseguir sim, agora, dar andamento ao Projeto (de Assentamento Dr. ) Miguel Arraes, onde está parado há mais de um ano.

AR: Qual o motivo da paralisação?

RN: Olhe, Assis, na realidade, teve um primeiro impasse. Foi justamente pela forma que o INCRA chegou a tomar de conta desta área, onde existiam donos e eles fizeram de conta que não tinha ninguém. A gente conseguiu entrar na justiça, conseguiu os direitos e conseguimos reassentar, incluindo no assentamento 64 pessoas que são daqui da região. Nessa paralisação, há um ano atrás, a gente fez um acordo, onde entrariam essas 64 (pessoas). Desde já, desde esse tempo pra cá a própria empresa, o próprio INCRA deixou muito mole as coisas.

AR: Agora, hoje tivemos representantes do INCRA e esses mesmos representantes prometem que dessa vez vai. Será que vai mesmo, Rogério?

RN: Uma coisa eu posso te afirmar, Assis: eu acabei de entrar como presidente da Associação, o meu interesse é muito grande de fazer realizar sim. Vai ser uma difícil batalha, mas eu adoro dificuldades na minha vida porque a gente consegue obter, vamos dizer assim, força, garra, tudo pra gente é vitória. Até mesmo que venha derrota, mas é aprendizagem pra gente. Então, eu acredito que sim. Com a garra, com a força e a coragem que eu vi hoje e a disposição do povo. Posso te prometer o seguinte: que só Deus empata agora a gente chegar a realizar essa situação.

AR: No caso, pra semana você já promete botar a mão na massa, você junto com o pessoal do INCRA que já prometeram voltar. Quer dizer, são essas as promessas?

RN: É. Ficou acordado com o pessoal do INCRA, após a reunião, que eles vão dar um arrocho no pessoal da empresa, que já receberam por essa obra que esta aí parada.

AR: A informação que eu tenho é que essa empresa já recebeu o dinheiro e não vem cumprindo com o seu papel.

RN: Justamente. Quando acarretei (tomou conhecimento) essa história, já tinha sido liberada uma verba, a verba da realização do projeto. E desde esse tempo pra cá a firma só vem enrolando o meio de campo, entendeu? Bota uma carradinha de material ali, outra acolá, e desaparece aqui e acaba acolá, e some, desaparece. Você chega ná área e não tem ninguém. Então, está deixando muito a desejar. É corpo mole do INCRA e principalmente do pessoal da empresa.

AR: O INCRA prometeu agora há pouco que vai tomar todas as providências.

RN: O que eu conversei com eles, Assis, foi justamente a forma de trabalho, que a gente agora vai mudar. Como associação, a gente vai trabalhar em cima. Ou se realiza, ou se diz por que não realizar essa obra.

AR:. Para a gente finalizar, eu presenciei, eu notei que muita gente compareceu. Agora com certeza algumas pessoas não compareceram. Então eu gostaria que você encerrasse a sua participação no programa “Acordando com as Notícias” passando uma mensagem para aqueles que estiveram aqui hoje e para aqueles que não estiveram.

RN: Bom, o que eu posso dizer pra você é o seguinte: eu só tenho o que agradecer pelo pessoal que veio e quero que tenham confiança tanto na gente como em si próprios, (para) não deixarem de acreditar porque a obra foi parada há muito tempo. Tem pessoas que foram desacreditadas, que acho que é até um dos motivos de não comparecer 100% (dos associados). É dessas (pessoas) que (dizem): “ah! só vai ter reunião, reunião, reunião!”. Então, eu acho que tem que ter mais otimismo, ser otimista. E eu acredito que sim. Dessa vez, se a gente botar os pés no chão, firmes com a associação da gente, vai dar certo, vai ter trabalho. Então, o que eu deixo, o meu recado para esse pessoal é que acredite na gente. Primeiramente em Deus, e acredite na gente. Vamos juntar forças, e vamos unir, e vamos trabalhar sim.

AR: Não vai faltar luta?

RN: Não, não. A gente vai brigar até o fim, se for preciso.

AR: Nós estamos fazendo essa reportagem aqui, Rogério, nas margens do rio São Francisco. Aqui é um paraíso?

RN: É. Você sabe que tem até certas cobiças em cima dessa nossa área. Você viu hoje o motivo. Você estando aqui, você está vendo o motivo dessas cobiças. E acredito que a gente vai brigar até em cima disso aqui, porque são recursos nossos, é área da gente, então o investimento, a área que tiver aqui dentro, o que tiver que ser explorado, tem que ser por nós, não por A ou B ou C.

Praia do Sobrado

Redação do Blog de Assis Ramalho