
Éder Rodrigo, vereador de Jatobá
Nos últimos anos, o município de Jatobá tem enfrentado um preocupante retrocesso na qualidade da educação pública, evidenciado de forma incontestável pelos resultados do IDEB, principal indicador nacional da educação básica. Após alcançar, em 2019, seu melhor desempenho histórico, com nota 5,6 nos anos iniciais do ensino fundamental (superando a meta de 5,2 estabelecida para aquele ano), o município entrou em uma trajetória de queda que evidencia o colapso de uma política educacional desestruturada e errática.
O cenário atual é consequência direta de uma sequência de decisões administrativas equivocadas e de uma condução política autoritária. Entre os principais fatores estão: o desmonte do plano de cargos e carreiras dos professores, a ausência de projetos pedagógicos estruturantes, o ambiente de perseguição instaurado na Secretaria de Educação e a completa falta de uma política pública voltada para metas, avaliação e valorização do corpo docente. A queda no IDEB, de 5,6 em 2019 para 4,9 em 2021, muito abaixo da meta de 5,5, escancara esse declínio. O índice mais recente, de 2023, aponta um leve avanço para 5,2, mas ainda distante do padrão de excelência que Jatobá já alcançou.
Esse retrocesso, no entanto, vai além dos números. A Escola Ita Costa, que durante a gestão anterior figurou entre as 50 melhores do Estado – resultado de um trabalho ousado, focado em diagnóstico preciso, metas claras e valorização dos profissionais – sofreu com a descontinuidade das ações que a tornaram referência, a ponto de ser fechada. O espaço onde funcionava será transformado em uma creche. Já a Escola Ayrton Senna, sob a atual gestão, amargou um dos piores desempenhos do Estado, figurando entre as 50 piores instituições e sendo submetida a tutoria de outra escola, um retrato simbólico do desmonte educacional promovido por uma gestão avessa ao diálogo e desconectada da realidade das salas de aula.