Flores da árvore Spathodea Campanulata têm toxinas que podem matar insetos e até beija-flores, por isso, projeto aprovado proíbe plantio da espécie exótica. Lei deve ser aprovada pelo prefeito.
Uma nova lei em Cascavel, no oeste do Paraná, autoriza o corte de uma espécie de árvore africana com o objetivo de preservar insetos e pássaros. O projeto foi aprovado na terça-feira (11) pelos vereadores.
Conforme a justificativa do projeto de lei, a árvore Spathodea Campanulata, popularmente conhecida como bisnagueira ou tulipeira-do-gabão, tem flores com uma substância tóxica no néctar, que envenenam abelhas e beija-flores.
De acordo com o vereador Celso Dal Molin (PL), que é autor do projeto aprovado, existem pelo menos vinte árvores desse tipo em espaços públicos, por isso, a ideia é cortar ou pelo menos podar essas árvores. No caso de árvores que ficam em áreas particulares, a decisão da retirada será dos donos.
"Hoje nos sabemos que se nós não tivermos as abelhas para fazer a polinização, nós vamos perder 80% dos nossos alimentos. Então nós podemos substituir essa árvore com árvore nativa do nosso país e traga benefícios para as nossas abelhas e borboletas", disse o vereador.
Segundo o secretário de Meio Ambiente, Ney Haveroth, as árvores exóticas trazem prejuízos e o novo projeto, depois de sancionado pelo prefeito, será cumprido com bom senso.
"Antes, essa espécie não estava contemplada nos critérios de autorização. Então, a partir dessa lei, ela está nos critérios de autorização, mas isso depende que o proprietário do imóvel faça a solicitação da retirada. A proibição do plantio sim, nós temos a proibição dessa espécie e de outras espécies que estão no plano de arborização, que nós precisamos fazer a notificação do morador que planta as árvores proibidas e que ele substitua essa árvore."
Na prática, o projeto de lei aprovado é um complemento a outro, que foi aprovado na Câmara em agosto de 2020. É o projeto jardins de mel, que incentiva o cultivo de abelhas sem ferrão em Cascavel.
Dezenas de caixas dessas abelhas já foram instaladas na cidade, como no campus do Instituto Federal do Paraná (IFPR).
Projetos parecidos se tornaram leis em outras cidades. Em Santa Catarina, por exemplo, é proibido produzir mudas e plantar a espatódea. Algumas cidades autorizaram o corte e a poda dessa espécie.
G1 PR
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