sábado, junho 08, 2019

Chega a 28 número de pacientes em tratamento devido a surto de doença de Chagas em Pernambuco

Sete pessoas estão internadas no Hospital Oswaldo Cruz, no Recife, para tratamento da doença de Chagas — Foto: Marília Falcão/Divulgação

Chegou a 28 o número de pessoas que estão sendo tratadas devido ao surto de doença de Chagas em Pernambuco. A informação faz parte do boletim divulgado nesta sexta-feira (7) pela Secretaria Estadual de Saúde (SES). O balanço anterior, com 27 pacientes em tratamento, saiu na terça-feira (4).

O maior surto da doença de Chagas na fase aguda em Pernambuco veio à tona no dia 31 de maio, quando a secretaria confirmou os primeiros resultados de testes. Segundo o governo, 24 pacientes tiveram confirmação laboratorial e quatro foram diagnosticadas a partir dos sintomas apresentados.


Ao todo, 15 pacientes seguiram para Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), no Centro do Recife. Oito tiveram alta e sete continuam internadas, com quadro estável. Ao contrário dos doentes que estão na fase crônica da doença, a perspectiva de cura das vítimas desse surto existe, porque eles apresentam a doença na fase aguda, segundo o médico Wilson Oliveira, da Casa de Chagas.

De acordo com a SES, as pessoas contaminadas participaram de um retiro religioso em Ibimirim, no Sertão do estado, durante a Semana Santa, mas não há evidências para definição da forma de transmissão da doença.

A primeira notificação foi feita no dia 20 de maio. Ao todo, 77 pessoas participaram do retiro. Setenta já realizaram coleta de sangue para análise.

O material está sendo avaliado pelo Laboratório Central de Pernambuco (Lacen-PE), no Recife, e pelo Laboratório da VI Gerência Regional de Saúde (Geres), com sede em Arcoverde, no Sertão.

A SES informa que ainda procura os demais participantes da festa religiosa para fazer coleta de sangue. O local onde ocorreu o evento, as casas do entorno e os fornecedores dos alimentos para o retiro também foram investigados. Segundo a secretaria, não foram encontrados barbeiros nem vestígios do inseto.

Depoimentos

Na quarta-feira (5), vítimas do surto contaram como estão enfrentando o tratamento para superar os sintomas. Duas mulheres relataram também o que aconteceu durante o retiro, quando ocorreu a contaminação.

A estudante Brysa Sascha Batalha dos Santos, de 26 anos, relatou que o primeiro sintoma foi uma dor lombar. Depois, segundo ela, essa dor passou para as pernas. A jovem teve febre e foi para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) quatro vezes.

Outra paciente, que preferiu não ser identificada, contou que os sintomas começaram a aparecer uma semana após o fim do retiro. Com 31 anos, a mulher lembra que teve enxaqueca e dor nos membros superiores, no dia 30 de abril.

Ela afirma, ainda, que não tinha feito atividade nem esforço físico e, por isso, não havia motivo para tanta dor. Entre outros incômodos estavam náusea, dor na barriga e falta de apetite. A mulher deu entrada no hospital com o marido, que também participou do retiro e foi infectado.

Doença

A doença de Chagas é causada pelo protozoário Tripanossoma cruzi, cujo vetor é o barbeiro. Outra forma de transmissão é por meio de alimentos contaminados.

Entre os sintomas estão febre contínua, intermitente e prolongada por cerca de sete dias, edema de face ou de membros, manchas vermelhas na pele, inchaço de gânglios, inflamação de fígado ou de baço, além de problemas cardíacos agudos.

Também podem acontecer manifestações hemorrágicas, icterícia, náusea, perda ou diminuição de força física, dor nas articulações, edema inflamatório nas pálpebras ou dor estomacal.

De acordo com os médicos, quem foi diagnosticado com a doença tem um acompanhamento diário, enquanto houver sintomas. Os assintomáticos têm um acompanhamento ambulatorial por cinco anos.

As causas do surto ainda sendo investigadas pela Secretaria Estadual de Saúde. Até esta sexta (7), não havia sido divulgado nenhum resultado de exames.

Por G1 PE

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