sexta-feira, abril 01, 2016

CBTU anuncia medidas de segurança nas estações e trens do Grande Recife e concurso com cerca de 700 vagas


A Companhia Brasileira de Trens Urbanos apresentou ao Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT6) um cronograma por meio do qual se compromete a adotar medidas que reforcem a segurança nas 29 estações e nos trens do Grande Recife. A exigência de prazos partiu da Justiça no mês passado, após uma ação civil pública do Sindicato dos Metroviários (Sindmetro) requerendo danos morais coletivos pela exposição da categoria a situações de criminalidade. Entre as oito estratégias elencadas pela empresa está a realização de um concurso público para preencher cerca de 700 vagas, com edital previsto para outubro ou novembro deste ano, além da contratação de novos assistentes de segurança. A CBTU, contudo, condiciona o certame à liberação de recursos, que ainda serão pleiteados junto ao Governo Federal e que têm tempo de requisição indefinido.

Entre as medidas anunciadas, as que podem ser postas em prática mais rapidamente são os treinamentos de reciclagem para quem já atua na segurança do sistema, que tem prazo de oito meses. A aquisição de materiais e equipamentos para esse mesmo fim tem igual período proposto. Já um sistema de monitoramento e um centro de controle devem demandar mais tempo para se tornarem realidade. São necessários, conforme o cronograma, 60 dias para a elaboração do projeto e até um ano para a implantação. A ação também depende de aval do Governo. Outra estratégia projetada para combater a criminalidade é a implantação de uma política específica para a segurança, o que inclui a criação de uma área de inteligência local e da coordenação da segurança empresarial da CBTU, essencial para o desenvolvimento de ações preventivas.

O presidente do Sindmetro, Diogo Morais, mostrou-se positivo diante do compromisso assumido pela empresa, sobretudo pelo fato de a discussão de um plano de segurança ter iniciado há mais de um ano, em dezembro de 2014, após uma greve de três dias dos funcionários em razão dos índices de vandalismo nas estações e nos trens. “O problema é garantir o cumprimento dessas medidas. Se a União não se envolver, a empresa não vai conseguir colocar em prática nenhum item”, afirma o representante, citando a necessidade de quase 800 profissionais de segurança no sistema. Atualmente, há cerca de 470, entre policiais ferroviários e vigilantes terceirizados.

No próximo dia 19, ocorrerá a audiência inicial do processo levado ao TRT6, quando deve ser pedida a inclusão da União no processo de discussão. “Com o cronograma, a empresa está mostrando uma disposição em melhorar a segurança”, destaca o assessor de comunicação da CBTU no Recife, Salvino Gomes.

Luiz Filipe Freire, da Folha de Pernambuco

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