sexta-feira, abril 01, 2016

Ponto a Ponto: Geneticista avalia cortes nas pesquisas científicas no Brasil


Mayana Zatz, entrevistada do Ponto a Ponto, é professora do Departamento de Genética e Biologia Evolutiva do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (Foto: Divulgação)

O Ponto a Ponto desta semana traz a geneticista Mayana Zatz para discutir o desenvolvimento científico no País: o olhar dos brasileiros sobre as políticas públicas para a área de Ciência e Tecnologia. A entrevista, comandada pela jornalista Mônica Bergamo e o sociólogo Antonio Lavareda, vai ao ar à meia noite deste sábado (2).

De acordo com a entrevistada, o Brasil experimentou um grande avanço nas pesquisas científicas patrocinadas pelo governo federal, "mas agora deu uma estabilizada”. Mayana Zatz disse que, apesar de o Brasil ser 13º lugar no ranking de países que mais contribuem com pesquisas, o material aqui produzido tem baixo impacto no mundo (são poucos os cientistas brasileiros citados mundo afora). “Houve um desenvolvimento tecnológico gigantesco nos países do primeiro mundo, e a pesquisa se tornou muito cara. Enquanto a gente fazia uma pesquisa descritiva, podíamos competir em pé de igualdade. Agora não”.

A disparidade em investimentos é outra preocupação. Enquanto que no Brasil foram aplicados R$ 100 milhões para pesquisas com células-tronco, apenas o estado da Califórnia, nos Estados Unidos, empregou 3 bilhões de dólares. A geneticista criticou o fato de o Brasil ainda não ter aprovado o orçamento para as pesquisas do Vírus Zika, já os Estados Unidos informaram que serão investidos 2 bilhões de dólares somente para a pesquisa sobre a doença.

Outro assunto debatido no Ponto a Ponto é o corte de custos no Programa Ciência sem Fronteiras. Mayana Zatz acredita não havia uma “seleção rigorosa” e que muitos não tinham interesse por pesquisas. “Não adianta você mandar um estudante para fora se ele não tiver condições de, quando voltar, fazer uma pesquisa no Brasil. Alguns só queriam turismo”.

A geneticista Mayana Zatz é professora do Departamento de Genética e Biologia Evolutiva do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo. Pesquisadora renomada em genética humana, com contribuições principalmente no campo de doenças neuromusculares (distrofias musculares, paraplegias espásticas, esclerose lateral amiotrófica) em que é pioneira, atualmente seu laboratório no Centro de Estudos do Genoma Humano da USP também realiza relevantes pesquisas no campo de células-tronco.

O Ponto a Ponto será reprisado no domingo (3), às 17h30, e na sexta (8), às 3h.

Assessoria de Imprensa Ponto a Ponto

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