quinta-feira, dezembro 17, 2015

'Vamos poupar, para não faltar', relata presidente da Chesf ao reduzir vazão de Sobradinho para 800 m³/s

Em coletiva, presidente da chesf Miranda Farias e o diretor de administração da Chesf, Helder Falcão e o chefe de gabinete da diretoria de operações, Paulo Barbosa (Foto: Juliane Peixinho/ G1)

A Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) realizou uma coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira (17) em um hotel em Petrolina, no Sertão de Pernambuco. Na ocasião, o presidente da Chesf, José Carlos de Miranda Farias, fez um pronunciamento sobre a nova redução da vazão do reservatório de Sobradinho, localizado no estado da Bahia. O lago passará de 900 m³/s para 800 m³/s, a partir do dia 21 de dezembro.

A preocupação da companhia e do governo é garantir água para o abastecimento da população e para as atividades econômicas. “A decisão tomada é no sentido de poupar para ter segurança de abastecimento. Estamos operando com 900 m³/s, mas nada nos garante que as chuvas vão continuar. Como o nível está baixo é prudente que nós poupemos. Então, vamos poupar, para não faltar no futuro. Caso pare de chover em janeiro e fevereiro, como aconteceu ano passado, é indicado a redução da vazão para o bem dos consumidores e agricultores”, explica o presidente da Chesf.

Para tomar a decisão de reduzir a vazão foi criado um grupo de estudo que se reúne periodicamente. O último encontro foi no dia 15 de dezembro com o superintendente de operações da Chesf, Rui Barbosa e representantes dos estados de Sergipe, Pernambuco e Bahia, além de membros da Agência Nacional de Águas (ANA), Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Ministério da Casa Civil, Ministério de Minas e Energia, Ministério Público Federal através da Procuradoria de Sete lagoas.
A redução é uma iniciativa preventiva para caso a usina atinja o nível mínimo, seja preservado o abastecimento de água. “Se as turbinas não pudessem operar, nós ainda teríamos seis milhões de metros cúbicos para atender aos outros usos, principalmente a parte de abastecimento humano e irrigação, que é uma das grandes fontes econômicas da região, na produção de frutas e na agricultura irrigada”, garante.

A redução não vai acontecer de imediato, inicialmente, a vazão passará para 850 m³/s para depois chegar a 800 m³/s. A Chesf também vai realizar um trabalho de comunicação para que a população se adequem, como já tem feito o Projeto Senador Nilo Coelho, em Petrolina “Não haverá impactos na irrigação, as plantações devem ser adequadas a um novo nível como foi fez a Codevasf no projeto Senador Nilo que está colocando uma captação de água flutuante para permitir a captação em níveis mais baixos”, esclarece.

A chesf afirma também que não haverá consequências na geração de energia. “Não há problemas, porque temos as eólicas, térmicas a gás e outros combustíveis. Estamos trazendo energia da região Sul, porque tem muita água porque está chovendo. A geração de sobradinho nesse momento representaria 180 megawatt dos 3.800 megawatt distribuídos. E não existe risco de racionamento de energia elétrica”, garante Farias.

A redução da vazão de Sobradinho já foi autorizada pela Agência Nacional de Águas (ANA) e espera aprovação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) para começar a partir do dia 21 de dezembro. De acordo com a Chesf, até o dia 31 de janeiro, o grupo de estudo vai acompanhar a mudança para avaliar se irá permanecer. Além disso, já estão feitas ações para informar a população da medida.

Juliane Peixinho/Do G1 Petrolina

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