quinta-feira, março 11, 2021

Fiocruz diz que Brasil vive pior momento da pandemia com 10% das mortes registradas no mundo


A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) afirmou nesta quinta-feira (11) que o Brasil vive o pior momento da pandemia. A entidade divulgou, em seu boletim quinzenal, que a avaliação é decorrente da piora dos indicadores sobre a Covid-19 no país:

alta taxa de ocupação de leitos,tendência de alta nos casos de síndromes respiratórias, e
alta participação do país no total de mortes causadas pela doença no mundo.

Um ano após a pandemia ser oficialmente reconhecida, o país registrou 10,3% das mortes do mundo por Covid, sendo que tem apenas 3% da população do planeta.

"O Brasil se encontra entre os países com piores indicadores, totalizando 11.122.429 casos e 268.370 óbitos" - boletim da Fiocruz

"Os recordes de novos casos e óbitos vêm sendo superados diariamente, acompanhados por uma situação de colapso dos sistemas de saúde em grande parte dos estados e municípios", aponta a nota divulgada pela Fiocruz.

Casos de síndrome respiratória

No boletim, a Fiocruz também detalhou os dados do sistema InfoGripe, que monitora a incidência da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Brasil. Segundo os pesquisadores, os dados mostram que os casos também estão em "níveis muito altos" em todos os estados, com maior destaque para as regiões Sul e Sudeste. Mais de 96% dos casos e 99,1% dos óbitos são em decorrência do novo coronavírus.

Lotação de UTIs

Na terça-feira (9), a fundação já havia divulgado uma edição extraordinária do boletim para tratar da lotação de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) durante a pandemia de Covid-19: segundo o documento, os índices de ocupação fazem 20 unidades da federação serem classificadas na "zona de alerta crítico" e 13 unidades têm 90% de ocupação.

Na classificação da Fiocruz, as taxas de ocupação são classificadas em zona de alerta crítico (vermelho) quando iguais ou superiores a 80%, em zona de alerta intermediário (amarelo) quando iguais ou superiores a 60% e inferiores a 80%, e fora de zona de alerta (verde) quando inferiores a 60%.

Estados com mais de 90% de lotação de UTIs

Rondônia
Acre
Tocantins
Ceará
Rio Grande do Norte
Pernambuco
Paraná
Santa Catarina
Rio Grande do Sul
Mato Grosso do Sul
Mato Grosso
Goiás
Distrito Federal

"Na última semana, embora a saída do Pará da zona de alerta crítico para a zona intermediária, com a queda do indicador de 82% para 75%, possa deixar uma impressão visual de melhoria do quadro geral, é importante sublinhar que se observou exatamente o oposto, com crescimento do indicador em quase todos estados e no Distrito Federal e entrada na zona crítica dos estados de São Paulo e de Sergipe." - nota da Fiocruz

Situação nas capitais

Vinte e cinco das 27 capitais do país estão com taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos iguais ou superiores a 80%, sendo 15 delas superiores a 90%.

Porto Velho (100%)
Rio Branco (99%)
Manaus (87%)
Boa Vista (80%)
Macapá (90%)
Palmas (95%)
São Luís (94%)
Teresina (98%)
Fortaleza (96%)
Natal (96%)
João Pessoa (87%)
Recife (85%)
Aracajú (86%)
Salvador (85%)
Belo Horizonte (85%)
Vitória (80%)
Rio de Janeiro (93%)
São Paulo (82%)
Curitiba (96%)
Florianópolis (97%)
Porto Alegre (102%)
Campo Grande (106%)
Cuiabá (96%)
Goiânia (98%)
Brasília (97%)

As outras duas capitais restantes estão com taxas superiores a 70%: Belém (75%) e Maceió (73%).

Por G1


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