segunda-feira, setembro 14, 2020

Petrolândia Eleições 2020: Com base desidratada e fuga de aliados, Jane vai lutar para ser (re)eleita prefeita


Prefeita de Petrolândia, Janielma Souza é entrevistada por Assis Ramalho,  conta sua trajetória no Município e anuncia que não haverá mudança no  secretariado, por enquanto
Prefeita Jane Souza - Foto/arquivo: Lúcia Xavier/BlogAR

A pré-campanha eleitoral em Petrolândia está prestes a terminar, com as convenções de homologação de candidaturas e alianças partidárias, com prazo final na quarta-feira (16). Neste período que antecede a campanha eleitoral, a ser iniciada no dia 27 deste mês, os lances tem sido rápidos, mas uma coisa tem se mantido: a desidratação da base de aliados da atual prefeita, Jane Souza (PSB), primeira mulher a ocupar a gestão do Município, em sucessão ao ex-prefeito Ricardo Rodolfo, que renunciou ao mandato pouco mais de seis meses após as eleições de 2016. Nesse sábado (12), faltando pouco mais de dois dias para a convenção partidária, prevista para esta terça-feira (15), que homologará a coligação PSB/SD/MDB, a base aliada encolheu novamente, após o anúncio do nome do pré-candidato a vice-prefeito, Anselmo da Farmácia, com a saída do MDB, partido com diretório municipal presidido pelo vereador Dedé de França, eleito em 2016 pelo PSB. 

Em nota conjunta dos diretórios estadual e municipal, o MDB afirma que o pré-candidato a vice-prefeito é ex-integrante da legenda, que teria deixado sob o compromisso de não se filiar a outro partido, e que foram surpreendidos pela filiação dele ao Solidariedade-SD. A nota dá a entender que as eleições municipais em Pernambuco não poderão ter no mesmo palanque o MDB, do senador Fernando Coelho Filho, e o SD, do deputado federal Augusto Coutinho, aliado da prefeita Jane. 

Vale lembrar que o MDB iria lançar candidato próprio a prefeito em Petrolândia, o ainda pré-candidato Guga (Gustavo Teles) que trocou o MDB pelo DEM para manter sua pretensão política. A candidatura própria foi abortada em prol do apoio à prefeita. No processo até a saída do partido da base governista, o DEM mudou de presidente do diretório local. 

A reportagem do Blog de Assis Ramalho ouviu o farmacêutico Anselmo, da Farmácia Dois Irmãos, cujo nome deverá ser homologado na Convenção Partidária, amanhã (15), como companheiro de chapa de Jane. Anselmo afirma que deixou o MDB há vários meses, devido ao não cumprimento de um acordo assumido por lideranças da legenda. O farmacêutico também afirmou que seu filho foi presidente do Comitê Municipal do MDB, porém, por sua orientação, entregou o cargo, agora ocupado pelo vereador Dedé de França.   

Como sucessora de Ricardo, Jane assumiu o cargo em agosto de 2017, quando a base política do governo já estava abalada e os aliados em debandada. Havia, no início, a expectativa de a nova prefeita recompor alianças, recompor a estrutura administrativa de apoio ao seu governo. Nada aconteceu. A sucessora tomou como seu o quinhão e passou a pagar politicamente por ele, com o afastamento maior de ex-aliados e perdas de correligionários, que se repetiram ao longo dos seus três anos de governo e ainda continuam agora, às vésperas da eleição. Como exemplo da desidratação do grupo, a gestão Ricardo/Jane começou com seis vereadores de mandato e está terminando, até agora, com dois: Delano de Dona Santa e Sílvio da Prefeitura. Aliados históricos, como o ex-prefeito Amadeu de Souza Lima, e apoios importantes, como o de Lulão, agora pré-candidato a vice com Dr. João, foram perdidos. Se ela fez as escolhas certas ou não tinha alternativas, o veredito será dado nas urnas, no dia 15 de novembro. 

A reeleição não será fácil. Após duas eleições sucessivas como vice-prefeita (Lourival Simões, 2013-2016, e Ricardo Rodolfo, janeiro a julho/2017), ela vai concorrer pela primeira vez a prefeita e terá em seu desfavor alguns fatores, desde ter optado por fazer um governo de continuidade ao do prefeito (indicado pelo então prefeito Lourival Simões) com quem foi reeleita, até o fato de ser mulher - e supostamente/injustamente ter sua competência questionada - numa cidade onde, durante 111 anos de emancipação política, raríssimas mulheres conquistaram cadeira na Câmara Municipal e nenhuma mulher ainda foi eleita prefeita. Hoje, o município não tem vereadora. Se reeleita, Jane realizará seu segundo feito histórico em Petrolândia, como primeira mulher eleita prefeita. O primeiro foi ser a primeira mulher a assumir o mandato como gestora do município. 

Redação do Blog de Assis Ramalho

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