sábado, dezembro 07, 2013

ANA autoriza vazão reduzida do São Francisco por mais 30 dias


Em meio às atividades do primeiro dia da XXIV Plenária Ordinária do CBHSF, que vem acontecendo em Recife, o presidente do colegiado, Anivaldo Miranda, recebeu a notícia de que a Agência Nacional de Águas – ANA havia concedido, embora “em caráter excepcional”, a prorrogação por mais 30 dias da vazão mínima de até 1.100m3 nos reservatórios de Sobradinho, na Bahia, e Xingó, em Sergipe. A medida, segundo ofício assinado pelo presidente da ANA, Vicente Andreu, visa a atender ao quadro problemático vivido atualmente pela região nordestina em vista da estiagem prolongada, com precipitações pluviométricas abaixo da média.

Segundo Andreu, esta será a última autorização concedida pela ANA para a prática de vazão reduzida, pelo menos nos moldes em que vem acontecendo. “Finalizado o novo prazo (concedido até o dia 31 de dezembro de 2013), somente será permitida autorização para a prática de vazões defluentes inferiores a 1.300m3 em Sobradinho e Xingó, após encaminhamento do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) e apreciação pela ANA de proposta de estabelecimento de regras gerais de operação de reservatório da cascata do rio São Francisco em situação de baixo armazenamento”, diz o documento, lembrando que a Chesf deverá promover ampla divulgação da continuidade da medida, sobretudo nas cidades do Médio e Submédio São Francisco.

A ANA, em carta dirigida ao secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia, Wilson Grudtner, registrou ainda a necessidade de que demandas dessa natureza “sejam feitas com a antecedência que o assunto requer”, lembrando que o pedido de prorrogação somente foi encaminhado à instituição no final do último dia útil de vigência da atual resolução (442/2013), que vem permitindo a vazão reduzida desde abril deste ano.

A notícia de continuidade da vazão reduzida foi recebida com indignação pelo presidente do CBHSF: “Mais uma vez o setor elétrico envia o pedido para manutenção da vazão reduzida, que já dura sete meses, sem mostrar interesse em conversar com o Comitê, que representa os diversos usuários de água da bacia do São Francisco. Não se trata de ser, simplesmente, contra a medida que prolonga a redução. O que queremos é que a questão seja discutida por todos e que seja dado o tratamento compensatório aos vários segmentos atingidos pela medida”.

A vazão reduzida tem causado diversos problemas tanto às populações ribeirinhas do Velho Chico, localizadas a jusante das barragens de Sobradinho e Xingó (especialmente no Baixo e no Submédio São Francisco), como para o desenvolvimento de atividades produtivas, como pesca, agricultura e navegação.

ASCOM – Assessoria de Comunicação do CBHSF

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