sábado, junho 15, 2019

Missa do Vaqueiro de Serrita será celebrada neste domingo (16) no Recife


Foto: Chico Andrade

O Centro Cultural Cais do Sertão vira palco, neste domingo, para o projeto Tengo Lengo Tengo, que promove exposição, lançamento de livro e a Missa do Vaqueiro no Recife para celebrar os 30 anos de morte de Luiz Gonzaga e do padre João Câncio, os criadores da tradicional celebração. A cerimônia religiosa acontece no vão livre domuseu, a partir das 16h. Antes, às 14h, o público terá acesso à mostra e à sessão de autógrafos da fotobiografia de Câncio, escrita pelo jornalista Vandeck Santiago. O projeto Tengo Lengo Tengo é promovido pela Secretaria de Turismo e Lazer de Pernambuco, por meio da Empetur, em parceria com a Companhia Editora de Pernambuco (Cepe).

“A Missa do Vaqueiro é um dos acontecimentos mais importantes do Sertão pernambucano, atrai muitos turistas. É uma cerimônia emocionante, e foi criada por Luiz Gonzaga e o padre João Câncio. São duas figuras emblemáticas da nossa cultura, as quais temos a felicidade de homenagear, trazendo ao Cais algo que foi concebido por eles. É um momento muito especial para o Cais do Sertão. Nossa expectativa é reunir um grande público, que vai poder assistir a uma cerimônia belíssima, com muita música para homenagear o vaqueiro nordestino”, destacou o secretário de Turismo e Lazer de Pernambuco, Rodrigo Novaes.


O altar e o cruzeiro, que viraram símbolos da Missa do Vaqueiro, serão reproduzidos para a celebração no Recife. Na cerimônia, a Cavalaria da Polícia Militar de Pernambuco será abençoada por vaqueiros trajando os tão simbólicos gibões de couro. A ideia é respeitar toda a liturgia da cerimônia, que acontece há 49 anos. Mais de cem vaqueiros encourados (trajando o gibão) são esperados no Cais do Sertão. “Queremos que o público tenha uma experiência da grandiosidade que é este ato de fé”, explica Helena Câncio, viúva do Padre João Câncio e uma das organizadoras do evento.

O cantor Josildo Sá, que há anos comanda a parte musical da celebração em Serrita, ocupa lugar de destaque na programação. Além de participar da missa, ele comanda, ao lado dos poetas e cantores Bia Marinho e de Flávio Leandro, show que antecede a cerimônia. A partir das 15h, eles fazem entoar no Cais a poesia popular nordestina, para aquecer a plateia e esperar a chegada dos vaqueiros.

Em cartaz até 27 de agosto, a exposição tem como intuito passar ao grande público uma dimensão da importância do trabalho desenvolvido por Luiz Gonzaga e João Câncio na missão de preservar a cultura e a tradição dos vaqueiros, figuras de grande importância na rotina das caatingas do Sertão.

MISSA DO VAQUEIRO

Realizada anualmente, a Missa do Vaqueiro tem em suas origens uma história que foi consagrada na voz de Luiz Gonzaga: a de Raimundo Jacó, um vaqueiro habilidoso na arte de aboiar. Reza a lenda que seu canto atraía o gado, mas atraía também a inveja dos colegas de profissão, fato que culminou em sua morte numa emboscada. O fiel companheiro do vaqueiro na aboiada, um cachorro, velou o corpo do dono dia e noite, até morrer de fome e sede.

A missa, uma verdadeira romaria de renovação da fé, acontece sempre ao ar livre e se assemelha bastante aos rituais católicos, porém contando com toques especiais que caracterizam o evento: no lugar da hóstia, os vaqueiros comungam com farinha de mandioca, rapadura e queijo, todos montados a cavalo.

A realização da celebração no Recife ainda conta com o apoio da Secretaria de Cultura de Pernambuco, Prefeitura do Recife, Compesa, Fundação Padre Câncio, e da Janela Gestão de Projetos, de Dida Maia e Fernanda Ferrário.

SERVIÇO

Exposição “Tengo Lengo Tengo” e lançamento da biografia de João Câncio, por Vandeck Santiago. Dia 16 de junho, 14h.

Missa do Vaqueiro. Dia 16 de junho, 16h.

Eventos abertos ao público, no Centro Cultural Cais do Sertão – Av. Alfredo Lisboa, s/n, Bairro do Recife. Fone: 3182-8266. Entrada franca.


Setur-PE

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