quinta-feira, setembro 07, 2017

Petrolândia: 7 de setembro em nossas "Recordações"


Fotos: Édio Braga


Uma verdadeira festa. Assim foi o desfile cívico de Petrolândia, realizado na tarde/noite desta quinta feira (07/09/2017). O evento, iniciado por volta das 16 horas, se estendeu até as 7 da noite, devido ao grande número de bandas e escolas a desfilar. 

O blog de Assis Ramalho vai publicar meteria completa ainda hoje. Aguarde!

Na manhã dessa quarta-feira (06), véspera do Dia da Independência do Brasil, dentro da programação oficial de Petrolândia na Semana da Pátria, os vereadores Joilton Pereira e Nilson Pescador, ao lado da secretária municipal de Educação e de Esportes Cultura e Lazer, Alexandrina Neta, fizeram o hasteamento das bandeiras no pátio em frente aos prédios da Prefeitura e da Câmara Municipal, na Praça dos Três Poderes.

Diante das fotos, tiradas e enviadas por Édio Braga, relembramos os versos da canção Recordações: "Em cada manhã de setembro, quando eu acordar/ Lembrarei de uma banda tocando alvoradas no ar/ O céu tão azul, tão bonito/ Gente querendo olhar/Bandeiras, crianças, desfiles/E um hino pra se cantar". A composição do meu saudoso amigo Ruy Sá, falecido há poucos anos, tem uma história e este blogueiro tem a honra de ter participado dela.

A música original, que deu origem à belíssima "Recordações", tem uma história interessante. O ano, era 1984. Após uma partida de futebol em Jatobá, naquela época chamada Cidade Livre, um grupo de amigos "boleiros", do qual eu fazia parte, reuniu-se em um bar, para a confraternização pós-jogo, ao som de violão, tocado por Nestor Soares. Também eu, de vez em quando, dava uma "canjinha", arranhando as cordas do instrumento. 

Horas depois, todos já animados, com uns golinhos a mais, surgiu a ideia de compor uma música sobre Petrolândia. Então, eu e meu amigo Nestor - que anos depois viria a se tornar vereador e vice-prefeito de Jatobá, município emancipado de Petrolândia - começamos a juntar palavras e frases. Em cerca de meia hora a música ficou pronta, começamos logo a ensaiar. Não sei se motivados pelos copinhos a mais, mas os amigos ouvintes da música recém-nascida nos cobriram de elogios e, mal terminávamos de cantar, já tinha gente pedindo bis. No calor do ''sucesso'' da composição e incentivados pelo álcool, alguém sugeriu inscrever a canção no Festival de Música que estava para acontecer em Petrolândia. Na época, a cidade tinha como prefeito Dr. Francisco Simões, que promoveu o concurso para selecionar músicas em homenagem a Petrolândia, cidade que estava na contagem regressiva para ser inundada pela Barragem de Itaparica, dentro de quatro anos.

No outro dia, uma segunda-feira, Nestor e eu fomos fazer a inscrição para participar do Festival. Faltavam poucos dias e as informações que a gente tinha era que os nossos "concorrentes" já há muito tempo ensaiavam suas composições. Durante nossos ensaios, apenas com violão, percebemos que iríamos precisar de um percussionista. Não tivemos dúvidas em ir em busca do folclórico Lôxa Botafoguense, que de imediato aceitou o convite.

Chegou a data esperada, era uma sexta-feira, à noite. Diga-se de passagem que grande público lotou a praça para presenciar o festival, no qual belíssimas músicas foram apresentadas. Chegada a nossa vez, cantamos e sentimos que a música foi bem aceita pelo público, pois fomos bem aplaudidos. Mas, o festival foi de altíssimo nível e nossa música não chegou a ficar entre os três primeiros colocados, selecionados pelos jurados. Foram premiados em 1º lugar a música Lembranças de Petrolândia, do padre José Maria de Almeida Leitão, ex-pároco da cidade, cantada pelo Coral Voz do São Francisco. Em 2° lugar, Hino a Petrolândia, composição de Jadilson Ferraz, empresário, cantor, compositor e escritor, há poucos dias empossado na Academia de Letras do Sertão Pernambucano. Em 3° lugar, Petrolândia confiamos em você, composição de Heronides Lisboa.

Meses depois, quando nem mais lembrávamos do festival, meu amigo Rui Sá chegou pra mim e disse: ''Painho (expressão carinhosa com que ele tratava seus amigos), eu vou gravar um compacto (disco vinil, menor que o LP, com apenas duas músicas; às vezes duplo, com quatro canções), e fiz uma música em homenagem a Petrolândia, e nela eu usei alguns refrões da música de vocês. Tem algum problema?'' Fiquei surpreso com o pedido e expliquei que nem precisava pedir essa permissão, que era uma honra para nós ter nossas palavras em uma música que seria gravada em disco - algo praticamente inédito na história de Petrolândia - em que iria ter algo que foi escrito por mim, junto com Nestor.

Assim foi feito. Meses depois, Ruy viajou para o Recife, onde gravou o compacto, e a música foi - e ainda hoje é - um grande sucesso.

Resumo da história: Não conseguimos classificação no dia do festival, mas, ganhamos o maior prêmio que foi o de ter algo feito por nós citado em uma música que é considerada por muitos como o hino de Petrolândia, hino de saudade da velha cidade, sem desmerecer o Hino Oficial de Petrolândia, composto e cantado pelo agora imortal sertanejo Jadilson Ferraz.

Redação do Blog de Assis Ramalho

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