quarta-feira, setembro 28, 2016

Em processo inédito, ONU escolhe próximo secretário-geral

ex-primeiro-ministro de Portugal, António Guterres, venceu as cinco rodadas de votação secreta já realizadas até o momento. O processo segue até um dos nove candidatos obter nove votos no Conselho de Segurança, formado por 15 membros.

Pela primeira vez na história, este ano o processo de sucessão do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) mudou, tornando-se mais transparente. No passado, a eleição para a escolha do sucessor ocorria de forma reservada. Desta vez, os candidatos foram a audiências públicas, transmitidas ao vivo pelo site das Nações Unidas. Este novo modelo, com entrevistas aos pretendentes ao cargo, visa a dar mais transparência à eleição, que definirá o sucessor do sul-coreano Ban Ki-moon.

Ao longo de sete décadas, o processo de seleção foi mantido a portas fechadas, com a escolha feita pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança: Estados Unidos, Reino Unido, Rússia, França e China.

De acordo com o Artigo 97 da Carta das Nações Unidas, “o secretário-geral deve ser nomeado pela Assembleia Geral, mediante recomendação do Conselho de Segurança”. A decisão requer pelo menos nove votos a favor, incluindo os dos cinco membros permanentes que têm poder de veto.

Até o momento, já foram feitas cinco rodadas de votação secreta, onde os membros do Conselho de Segurança (os cinco permanentes e os outros dez) votaram em cada um dos candidatos, apoiando, discordando ou abstendo-se.

Assim que um candidato reunir nove votos entre os 15 países-membros e a aprovação de todos os membros permanentes, o conselho recomendará o seu nome para aprovação pela Assembleia Geral da ONU, que reúne representantes de 193 países.

Candidatos e mulheres

Neste momento, o lugar de secretário-geral da ONU é disputado por nove candidatos, sendo quatro mulheres. A resolução 51/241 de 1997 da Assembleia Geral destaca a importância do equilíbrio regional e de gênero. Os oito secretários-gerais da história da ONU foram homens.

Apesar da pressão internacional para a escolha, pela primeira vez, de uma mulher para o cargo, posição que foi apoiada pelo atual secretário-geral, Ban Ki-moon, nenhuma das candidatas conseguiu mais do que um terceiro lugar nas votações.

O ex-primeiro-ministro de Portugal António Guterres venceu, até agora, todas as votações feitas. Guterres, que já exerceu o cargo de alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados, recebeu ontem (26) 12 votos a favor, dois contra e um em branco.

Guterres venceu as quatro primeiras votações para o cargo, que ocorreram nos dias 21 de julho, 5 de agosto, 29 de agosto e 9 de setembro. A próxima votação está agendada para o dia 4 de outubro.

Ban Ki-moon deixará o cargo, após seu segundo mandato, em 31 de dezembro deste ano. Embora não haja um número limite de mandatos, nenhum dos secretários anteriores permaneceu por mais de dois.

Agência Brasil

Nenhum comentário:

Postar um comentário