terça-feira, agosto 20, 2013

Estudo mostra que mutação genética pode causar inaptidão esportiva


A mutação genética pode causar inaptidão esportiva, indicam estudos desenvolvidos pelo pesquisador do Instituto do Coração de São Paulo (InCor) Rodrigo Dias. A descoberta mostra como determinada mutação no gene, que diminui o fluxo sanguíneo e dificulta a absorção de oxigênio, pode indicar se uma pessoa tem um futuro promissor como atleta, e mesmo se corre o risco de ter alguma doença cardíaca. 

A pesquisa faz parte da tese de doutorado de Dias e tem causado impacto no campo da cardiologia, ao relatar que cerca de 8% das pessoas avaliadas apresentam alteração no código de um dos genes mais importantes para o bom funcionamento do sistema cardiovascular. Com o estudo, o médico foi o vencedor do Prêmio Jovem Cientista 2012, na categoria graduado. O trabalho, ainda em curso, vai rastrear os genomas de novos recrutas na Escola Preparatória da Polícia Militar de São Paulo durante 21 anos.

“Lemos o código genético deles e identificamos pequenas mutações. Também conseguimos, de forma bem simplificada, ler a velocidade em que cada um dos 25 mil genes que compõem o genoma humano está trabalhando – tanto em estado sedentário, quanto posteriormente a um exercício físico”, explicou o pesquisador à Agência Brasil.

Segundo Rodrigo Dias, a dilatação das artérias é uma resposta natural e esperada do organismo durante o exercício físico. “Nós identificamos uma mutação genética nesse gene, que contribui para a dilatação das artérias, e provamos que indivíduos portadores dessa mutação, quando fazem exercício físico, as artérias não se dilatam da forma normal, quando comparados às daqueles indivíduos que não têm a mutação genética.”, disse.

O estudo detalha porque há indivíduos que se adaptam mais às atividades físicas do que outros e também porque há pessoas que tiram mais proveito dos exercícios. Dias destaca que o estudo ganhador do Prêmio Jovem Cientista é resultado de diversas pesquisas que avaliam a relação entre genes e exercício físico.

“O que explica isso são pequenas diferenças nos códigos genéticos que carregamos. O atleta pode fadigar-se precocemente porque o músculo das pernas está recebendo um aporte de sangue menor, que não é o ideal para se manter em atividade como em uma maratona, por duas horas e meia”, acrescentou.

Em outra categoria do prêmio, o estudante do ensino médio João Pedro Wieland, 15 anos, foi vencedor com o aplicativo capaz de selecionar as músicas salvas em um smartphone de acordo com as necessidades físicas de atletas profissionais e amadores no momento da atividade. A tecnologia permite ao atleta escolher uma música de acordo com o cansaço ou a disposição.

Na edição do Prêmio Jovem Cientista deste ano, o tema está voltado para a busca de soluções para os problemas ocasionados pela má gestão dos recursos hídricos. As inscrições podem ser feitas pelo site do programa até 30 de agosto.

Na categoria mestre e doutor, os vencedores receberão R$ 30 mil (1º lugar), R$ 20 mil (2º lugar) e R$ 15 mil (3º lugar). Para estudantes do ensino superior, os valores são R$ 15 mil (1º lugar), R$ 12 mil (2º lugar) e R$ 10 mil (3º lugar). Estudantes do ensino médio classificados nos três primeiros lugares ganham notebooks. Em 2013, serão distribuídos mais de R$ 700 mil em prêmios. A divulgação dos resultados será feita em novembro.

Agência Brasil

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