domingo, março 01, 2015

Fruticultores e Codevasf discutem medidas para evitar crise hídrica em irrigação no Vale do São Francisco

Foto: Divulgação

Produtores dos perímetros irrigados de Petrolina/PE e Juazeiro/BA participaram de duas reuniões este mês na superintendência regional da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) com sede em Petrolina. Em pauta, a preocupação dos fruticultores com a baixa da vazão do lago da barragem de Sobradinho/BA onde está a tomada de água do canal principal do perímetro Senador Nilo Coelho, um dos principais perímetros irrigados da região banhada pelo rio São Francisco.

Os produtores temem um colapso na produção irrigada da região, devido à estiagem que vem se prolongando no Nordeste e que tem atingido a região sudeste também, onde estão os principais afluentes do rio São Francisco, especialmente no estado de Minas Gerais. Eles temem perda de safras, de culturas perenes e, consequentemente de investimentos e empregos. Cobram da Codevasf obras de adequação do canal principal do perímetro Nilo Coelho, a fim de garantir o suprimento de água necessário à irrigação das áreas plantadas, o que evitaria prejuízos futuros.

O superintendente da Codevasf em Pernambuco, João Bosco Lacerda de Alencar, frisou que a empresa está atenta a todo o processo é que até então, a situação está controlada. Ele acrescentou que todos os estudos de adequações do canal do Nilo Coelho, a uma possível situação crítica que possa ocorrer com a redução do suprimento de água, estão sendo feitos por um grupo técnico da Companhia que acompanha de perto a situação. "A preocupação dos produtores é salutar, mas os técnicos da Codevasf garantiram que o volume do rio atende a produção e que não há riscos de uma crise no setor neste momento", esclareceu João Bosco. O gerente regional de irrigação da Codevasf em Petrolina (3ª GRI), José Costa, reforça as observações do superintendente.

"No momento atual, não temos nenhum impacto na irrigação, nenhuma restrição. Estamos realizando os estudos para a elaboração de um projeto e do calculo dos investimentos para as adequações, em caso de situações críticas indicadas pelos produtores. Só deveremos saber de quanto serão esses investimentos, após finalizados esses estudos", explicou o titular da 3ª GRI.

onforme José Costa, o grupo técnico já está avaliando a possibilidade de quando adotar providências para minimizar a restrição de água que acontecerá quando o reservatório vir atingir o volume morto, situação essa que ocorrerá quando se atingir a cota de 380,5 metros do reservatório. As intervenções vêm sendo estudadas e planejadas para garantir que o perímetro possa continuar sendo abastecido mesmo em momentos de vazão reduzida do rio.

"Chegando ao volume morto teria que se instalar bombas flutuantes no canal de aproximação do Nilo Coelho, mas ainda está sendo feito os estudos para saber quanto será o orçamento dessa obra e o tempo necessário para elaboração do projeto para se levantar os custos dessa solução", completou José Costa.

No encontro, ficou definido que os prefeitos pernambucanos vão aproveitar a possível presença do presidente da Codevasf, Elmo Vaz em Juazeiro/BA, na próxima semana, para passar a preocupação deles quanto à crise hídrica na região. "O presidente vem para um contato com o prefeito de Juazeiro e a partir dessa discussão aqui no grupo, sugerimos que ele ouvisse também os demais prefeitos da região. O presidente está vindo e os prefeitos vão apresentar essa preocupação e o impacto econômico, caso ocorra a redução da vazão do rio São Francisco", revelou José Costa.

Para Henrique Holtrup, coordenador da Câmara da Fruticultura de Petrolina, a participação da Codevasf foi fundamental. Sem o estudo elaborado pela empresa, a região ficaria sem uma ferramenta para buscar uma saída para o problema. "Foi fundamental a presença da Codevasf para ajudar na busca de medidas adequadas. O que precisamos é de assegurar uma captação de água quando o nível da represa estiver muito baixo, mesmo sem gerar energia. As bombas flutuantes parecem ser a solução ideal, a melhor para esse problema. Elas podem levar água para os canais de irrigação e assim nosso sistema não entra em falência", indicou o coordenador da Câmara de Fruticultura.

Henrique Holtrup salienta que a Codevasf uma vez concluindo os estudos técnicos de viabilidade e de valores envolvidos para as adequações sugeridas, já ajudará a aliviar a tensão na região. "Os estudos já devem caminhar com as adequações no perímetro Nilo Coelho. Se não for necessárias para esta crise, serão para uma próxima que vier", concluiu o produtor. Além dos produtores, da Câmara de Fruticultura, dos representantes da Codevasf e do Distrito de Irrigação Nilo Coelho, estiveram presentes nas reuniões agentes políticos municipais, estaduais e federais, e secretários de irrigação e de agricultura das prefeituras de Petrolina e Juazeiro.

Ascom Codevasf Companhia de Desenvolvimento dos Vales em Grupo Facebook Perímetro Irrigado Rodelas 

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