sábado, abril 26, 2014

Em entrevista ao Blog de Assis Ramalho, Zeca Cavalcanti diz que decisão da prefeita de Arcoverde em apoiar Paulo Câmara foi uma surpresa desagradável

''Quando Eduardo Campos foi candidato a governador, eu apoiei Mendonça Filho, e eu era prefeito de Arcoverde com 85% de aprovação, e nem por isso Mendonça ganhou a eleição em Arcoverde. Portanto, não é prefeito que faz eleição de governador. O senador vai ser vitorioso em Arcoverde e no estado de Pernambuco."

Esta semana uma notícia agitou os bastidores da política de Pernambuco. Após cerca de duas horas de reunião a portas fechadas em seu gabinete, Madalena Britto (PTB), prefeita de Arcoverde, comunicou oficialmente, na tarde de quarta-feira (23), que irá apoiar a chapa completa do PSB, Paulo Câmara para governador, Fernando Bezerra Coelho para o Senado e Eduardo Campos para Presidente.

Madalena Britto é “afilhada política” do ex-prefeito de Arcoverde, Zeca Cavalcanti (PTB), de quem foi vice-prefeita em seus oito anos de administração, eleita como sua sucessora em 2012. O gesto inesperado de abandonar a chapa do seu próprio partido, encabeçada por Armando Monteiro para o governo do Estado, foi recebido com grande surpresa pelo pré-candidato a deputado federal Zeca Cavalcanti. 

Em entrevista exclusiva ao Blog de Assis Ramalho, concedida nesta sexta-feira (25), Zeca Cavalcanti, que esteve em Petrolândia para encontros com lideranças políticas do município, comentou a polêmica do momento, em reportagem que será postada na íntegra em breve.

Abaixo trechos da entrevista:

Perguntado sobre como recebeu a notícia do apoio declarado da prefeita Madalena Brito (PTB) à candidatura de Paulo Câmara (PSB), ele se disse triste e surpreso.

"Foi uma decisão pessoal da prefeita, foi uma decisão isolada. Eu digo isolada porque ela mudou para apoiar o candidato do governador Paulo Câmara, mas continua nossa aliada. O que eu digo em relação à sua pergunta é que eu discordo, porém respeito. Eu respeito a posição dela, mas discordo totalmente porque eu acho que ela estava afinada com os nossos pensamentos, que é o apoio incondicional ao senador Armando Monteiro (ao governo de Pernambuco). Eu apoio Armando Monteiro incondicionalmente, tanto eu quanto o deputado (estadual) Júlio Cavalcanti, porque nós fazemos parte da base dele, do partido dele. Ela (Madalena Brito) também faz parte, mas não sei qual foi o motivo, qual foi o canto ou encanto das sereias, lá no Palácio das Princesas, que levou ela a tomar essa decisão. Portanto, é como eu disse antes: não concordo, mas respeito a posição dela, e acho que cada um tem que arcar com suas posições, com as suas responsabilidades e com as consequências que isso possa acontecer no futuro. Mas, de antemão, ela continua no nosso grupo, na nossa base, votando com a gente, comigo e com o Júlio, e tomando essa posição, que eu acho que foi uma posição infeliz, no ponto de vista pessoal e político. Mas no ponto de vista pessoal, só ela pode lhe dizer."

Perguntamos se a decisão tomada pela prefeita teria sido  a sua maior decepção neste ano.

"Não, eu diria que foi a maior surpresa. Uma surpresa desagradável. Mas eu não traduziria isso em decepção, porque eu acho que decepção é uma palavra meio forte e a gente quando se decepciona não dá nem mais para se conversar. Mas eu acho que foi uma surpresa desagradável neste ano e que me deixou triste, e ainda estou triste, mas, como eu disse, discordando, mas respeitando."

Perguntado se a ficha ainda não tinha caído, ele disse:

"Não, já caiu. Até porque eu já estou me movendo, me locomovendo de uma forma em que a gente possa fazer uma campanha para o senador (Armando Monteiro) de uma forma totalmente independente, o que seria um grupo todo unido, e que nós vamos tocar em frente, e o senador vai ser vitorioso em Arcoverde, na região e no estado de Pernambuco. Isso que eu estou lhe dizendo, eu tenho certeza absoluta, porque nós estamos andando na rua e estamos vendo. E outra coisa que eu gosto de dizer, Assis, é que eu fui prefeito (de Arcoverde) por oito anos, e nunca tive uma aprovação menor de 75%. Há oitos anos atrás, em 2006, quando Eduardo Campos foi candidato a governador, eu apoiei Mendonça Filho, e eu era prefeito de Arcoverde com 85% de aprovação, e nem por isso Mendonça Filho ganhou a eleição em Arcoverde. Eduardo Campos ganhou a eleição em Arcoverde. Ou seja, eu quero traduzir dizendo que prefeito não faz eleição de governador, quem faz eleição de governador é o povo, e não é por quantidade de prefeitos que governador ganha ou perde. Miguel Arraes foi eleito governador em 2006 com apenas dez prefeitos. Jarbas Vasconcelos derrubou Miguel Arraes, tirou ele do Palácio dos Campos das Princesas através do voto, com menos prefeitos que ele tinha, com o poder que ele tinha, e Mendonça Filho perdeu a eleição com mais de 120 prefeitos, e Eduardo Campos ganhou com uma minoria de prefeitos. Portanto, não é prefeito que faz eleição de governador. Prefeito ajuda, é um grupo, dá uma força, é representação na cidade, mas eleição de governador quem faz é o povo, livre e independente. Portanto, eu tenho certeza da eleição do senador Armando Monteiro para o governo do estado. Não tenho nenhuma dúvida, porque em todas as regiões por onde eu andei, eu tenho visto isso diretamente do povo."

Redação do Blog de Assis Ramalho

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