Símbolo da Abin na fachada da agência — Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil/02-03-2023 As investigações da Polícia Federal (PF) sobre uma suposta estrutura paralela montada dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) apontaram que autoridades dos poderes Judiciário e Legislativo, além de um ex-presidenciável, servidores e jornalistas, foram alvos de "ações clandestinas". Essas ações incluíam a produção de dossiês e a disseminação de ataques contra personalidades que eram vistas como adversárias do então presidente Jair Bolsonaro. Ao concluir a apuração, a PF indiciou o ex-presidente e o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que comandou a agência no governo passado.
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A PF indiciou Bolsonaro, Ramagem e Carlos Bolsonaro no inquérito que investiga o uso da agência para espionar adversários e disseminar informações falsas sobre o sistema eleitoral. Ao todo, mais de 30 pessoas foram indiciadas no caso. A apuração começou após o GLOBO revelar, em março de 2023, a compra de um sistema espião pela agência para monitorar a localização de alvos pré-determinados em todo o país.
Tanto Ramagem como o ex-presidente não comentaram o indiciamento. Em ocasiões anteriores, eles negaram a existência de estrutura paralelas na agência e a participação em espionagens ilegais. A Abin, por sua vez, tem afirmado estar “à disposição das autoridades” e ressaltou que os fatos investigados ocorreram em “gestões passadas”.
"A continuidade das investigações também evidenciou a utilização dos recursos da Abin para monitorar autoridades dos Poderes Judiciário (Ministros desta Corte e os seus familiares) e Legislativo (Senadores da República e Deputados Federais), com o objetivo de obter vantagens políticas", escreveu o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na decisão que autorizou a quarta fase da operação Última Milha, realizada em julho.
As autoridades listadas no documento foram: