sábado, junho 22, 2019

Pesquisadores alertam que usina nuclear trará impactos para o Rio São Francisco



Discutir os impactos socioambientais as comunidades indígenas, quilombolas e agricultores e agricultoras caso o projeto de instalação de usina nuclear seja realizado em Itacuruba, no Sertão do Submédio São Francisco, em Pernambuco. Com esse objetivo ocorreu na terça-feira (17) uma reunião na sede da Arquidiocese de Olinda e Recife, no bairro das Graças, com a presença do arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, representantes de organizações sociais e sindicais e parlamentares.

Na ocasião, professores/as de universidades públicas apresentaram dados técnicos com impactos às comunidades locais. De acordo com os pesquisadores, os impactos vão desde a construção física de uma usina até acidentes com contaminações graves à população. O professor e doutor Heitor Scalambrini destacou a preocupação com obras da dimensão de uma usina. "Não existe obra com desastre zero. Falar que um vazamento não pode acontecer não é verdade. Eles falam que o acidente é quase nulo. Não é verdade. Quando acontece acidente nuclear ele perdura por vários anos, a contaminação penetra no lençol freático", explica.

Enquanto a professora e doutora da UFPE e UPE, Vânia Fialho, enfatizou que a região não é um vazio demográfico. " Estamos falando de uma região com grande complexo étnico, com relações de parceria e troca. Ao invés de baixa densidade temos rica rede se presença indígena na região", argumenta.

Os conflitos e as possíveis ações coletivas para barrar esse projeto foram colocados pelo público. O deputado estadual Doriel Barros (PT), engajado à luta contra usina em Pernambuco, se colocou à disposição do movimento. " Não podemos pagar o preço para ver as consequências de uma usina como essa. Me coloco à disposição para discutir junto com a população e trabalhadores. Me coloco nessa luta com a Igreja e junto a todos que defendem a vida", concluiu o parlamentar.

Ato – No último domingo (16), aconteceu um ato em Itacuruba em protesto contra instalação da usina nuclear. O rio São Francisco é uma fronteira natural dos Estados da região Nordeste. Obras como a do lago de Itaparica, na década de 1980, acabaram inundando as cidades, vilas e povoados e expulsando povos da região.

Caso o projeto da usina nuclear seja concretizado, às famílias, mais uma vez, serão expulsas d de suas terras e terão que ser deslocadas. Estiveram presentes no ato a presidenta da Fetape, Cícera Nunes, o diretor de Política Agrícola da Fetape, Adimilson Nunis, além de 11 sindicatos de Trabalhadores Rurais de Agricultores e Agricultoras Familiares dos municípios da base do Polo Sindical do Submédio São Francisco. Também marcaram presença o deputado estadual Doriel Barros, parceiros da Diocese de Floresta, comunidades indígenas e quilombolas, pescadores, ribeirinhos, UFPE, CPT e CIMI, além de vereadores, o vice-prefeito de Itacuruba, Júnior Cantarelli, o bispo Dom Gabriel e igrejas evangélicas.

Ascom Fetape

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