sexta-feira, março 13, 2015

Peixamento promovido pela Codevasf repovoa açude no sertão de Pernambuco

Foto: Codevasf/Divulgação

Mais de 25 mil alevinos foram introduzidos no açude Tamboril, na zona rural de Ouricuri, município do sertão pernambucano. A atividade reuniu técnicos da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), professores do Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IF Sertão-PE), campus Ouricuri, e alunos do curso de agropecuária, ministrado pela instituição.

A atividade contou com a presença do superintendente da Codevasf em Pernambuco, João Bosco Lacerda de Alencar. Ele elogiou a iniciativa da empresa que, por meio da gerência regional de revitalização de bacias hidrográficas e do Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Bebedouro (3ª/CIB), firmaram parceria com o IF-Sertão para promover atividades que envolvam os alunos matriculados nos cursos oferecidos pela unidade no município.

“Fizemos questão de envolver o campus de Ouricuri do IF Sertão na atividade, reforçando a nossa disponibilidade de colaborar com o conhecimento dos alunos. A prática do peixamento foi muito bem recebida pelos estudantes, principalmente do curso de agropecuária”, comentou João Bosco.

O gerente regional de bacias hidrográficas da Codevasf em Petrolina, Elijalma Augusto Beserra, fez uma apresentação da atividade e aproveitou para falar aos estudantes sobre a engenharia de pesca como uma ótima escolha para aqueles que estão interessados em ingressar num curso de graduação.

“Esta é a profissão do futuro. Tem mercado de trabalho e tem espaço para atuar. É uma atividade relacionada com o meio ambiente, promove inclusão produtiva de comunidades mais pobres e pode até inserir novas oportunidades econômicas na região – como a pesquisa que a Codevasf realiza por meio do Centro de Bebedouro de produção de camarão marinho na água doce do rio São Francisco, ação que vem tendo ótimos resultados”, disse o gerente.

O aluno do 3º ano de agropecuária Daniel Lima gostou da atividade e frisou que, para quem está na área, é uma grande oportunidade realizar os peixamentos. “Nós, que estamos entrando no 4º ano, estamos tendo uma boa oportunidade para conhecer outras áreas do curso. Quem quiser poderá até se aprofundar na área, realizando estágio em piscicultura. Também pode ajudar a mudar o conceito das pessoas que moram perto do açude. Achei muito interessante”, avaliou o aluno.

Já Raissa Rocha, também aluna do 3º ano do curso de agropecuária, não escondia o encantamento com a oportunidade de ajudar no repovoamento de um dos principais mananciais da terra natal dela, o açude Tamboril. “Eu achei muito importante, tanto para a população daqui de Ouricuri quanto para a gente. Foi uma sensação muito boa e espero que venham outras, porque nós somos da área e ainda não conhecíamos a atividade na prática. Eu me identifiquei bastante”, acrescentou.

Importância ambiental e econômica

As ações de peixamentos são feitas por todas as Superintendências Regionais da Codevasf, por meio dos Centros Integrados de Recursos Pesqueiros e Aquicultura.

O engenheiro de pesca Hermano Luiz Carvalho dos Santos, analista da Unidade de Recursos Pesqueiros e Aquicultura da Companhia, explicou a importância deste tipo de ação do ponto de vista educacional. “Os peixamentos são uma forma de divulgar conceitos de educação ambiental com foco na interdependência entre conservação da biodiversidade, qualidade de vida e economia local.”

O professor do curso de agropecuária do IF Sertão-PE Rafael Aquino ressaltou que ações de peixamento são extremamente importantes tanto do ponto de vista ambiental quanto econômico. Ele explica que a prática de peixamento é importante para conseguir recuperar a população nativa de peixes do açude e tem também importância econômica para a comunidade, a exemplo de quem vive no entorno do açude Tamboril.

“Representa para os alunos um momento importante para o curso técnico de agropecuária, que conta com a disciplina de piscicultura. É uma oportunidade de aula prática que envolve a escola e comunidade, além de abrir portas para o IF Sertão e promover a marca da Codevasf e da própria piscicultura que é o foco da aula”, assinalou.

O professor afirmou que o peixamento termina tendo um impacto positivo em períodos de estiagem como o atual na região, onde a pesca predatória tem sido um problema nos mananciais existentes no sertão.

“Os peixes de maior peso e potencial de reprodução acabam sendo capturados, pescados por conta do nível baixo da água. Então, quando se faz o peixamento com uma espécie jovem como os alevinos, se mantém a expectativa da continuidade com a população de espécies de peixes da região, e também um ecossistema aquático equilibrado”, observou o professor.

O IF Sertão Pernambucano, campus Ouricuri, formalizou um convênio com a Codevasf para o aperfeiçoamento dos cursos oferecidos pela instituição, por meio de estágios e aulas práticas. A parceria foi intermediada pelo professor Thiago Silva, veterinário e docente do campus. A parceria visa a troca de conhecimentos, práticos e teóricos.

Codevasf

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