segunda-feira, setembro 16, 2013

Sedução das pirâmides chegou a 18% dos recifenses com mais de 16 anos


Mais de 18% da população do Recife com 16 anos ou mais investiu em negócios suspeitos de serem pirâmides financeiras. A conclusão é do Instituto de Pesquisas Maurício de Nassau (IPMN), com base em 623 entrevistas com recifenses, seguindo critérios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

O número dá uma mostra do “poder de sedução” que as promessas de lucros alto e rápido, em geral de 300% ao ano, têm sobre a população (veja arte com os números da pesquisa). Coordenador do trabalho, Djalma Guimarães diz que o número de gente que declarou ter investido nesse tipo de negócio impressiona. “É um percentual muito grande. É como ter 18% da população da cidade nessas empresas”, comenta o economista. Para se ter uma ideia, a população total do Recife é de 1,537 milhão de pessoas, mas esse número inclui todos os menores de 16 anos.



Entre os entrevistados pelo IPMN, 59% disseram ter recebido pelo menos um convite para participar de uma das empresas que operam com o sistema suspeito e 63,7% afirmaram ter consciência de que esse tipo de negócio não é sustentável – ou seja, as pessoas sabem que as empresas vão quebrar. A maioria dos entrevistados ainda demonstrou ter clareza sobre a insustentabilidade do negócio: 57,2% responderam acreditar que essas propostas de investimento na verdade nada mais são que as conhecidas pirâmides financeiras.

O interesse no tema se deve à explosão de pirâmides no Brasil, negócios que se sustentam com a entrada contínua de novos participantes, cada um pagando taxa de adesão diante da promessa de lucro maiores, proporcionais ao investimento e crescente conforme a captação de mais investidores. Pirâmides são crimes contra a economia popular porque, cedo ou tarde, todas elas quebram, gerando prejuízos em média para 70% das pessoas que aderiram a esse tipo de negócio.

Jornal do Commercio

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