quinta-feira, novembro 28, 2019

Declaração de amor a Petrolândia ''Velha ou Nova, Petrolândia é uma só'' - Por: Maria Leice Gonçalves Lopes

Petrolândia nos tempos de hoje: Fotos: Pablo Silva
Petrolândia nos tempos de ontem - Foto/arquivo

Maria Leice Gonçalves Lopes - é advogada/ bancária e esposa do cirurgião-dentista Fábio Odilon Lopes

Como não amá-la? Ruy Sá amou a Velha, assim como outros amam a Nova. Tanto faz! Velha ou Nova, Petrolândia é uma só. O sentimento despertado ainda hoje pela linda melodia demonstra isso.

Estrategicamente situada às margens do rio São Francisco, este lhe beija o solo nas manhãs ensolaradas da quase totalidade dos dias. E, ao cabo de cada um deles, as águas tranquilas desse velho e amado Chico, como se ainda não satisfeitas estivessem, emprestam à cidade todo o seu esplendor!

Quanto resplendor!

É quando a luz refletida no espelho das suas águas é permeada pelo tom alaranjado dos raios de sol, nas suas despedidas diárias, sempre com a promessa de retorno no dia seguinte.

Reconfortante...

Não bastasse isso, os tons violetas infiltram-se aqui e ali, entremeando o céu dourado, como que a corroborarem com a grandeza do espetáculo, quando, talvez, a missão que se lhes incumbisse fosse, apenas, a de passar equilíbrio e tranquilidade aos espíritos mais irrequietos.

Assim é que as águas do lendário rio unem-se ao céu, às magníficas serras e ao verde exuberante da vegetação e das plantações, para fazerem com que aflore toda sua beleza, Petrolândia, mimosa flor!

A impressão que fica é a de que todos eles (rio, céu, sol, serras e vegetação) passam a conspirar a favor da bela Petrolândia - se é que seja possível se conspirar a favor -, para, assim, poderem coroar com um lindo e eletrizante espetáculo de pôr de sol, a cidade cujo nome originou-se do coroado imperador Dom Pedro II.

Certamente o desgosto que machucou o autor da bela canção não teria sido grande a ponto de ir embora para tão longe, se pudesse imaginar que a terra amada, a velha Petrolândia, cederia lugar ao progresso e emprestaria seu nome e sua história a uma nova, luminosa, palpitante e igualmente amada Petrolândia, que tão bem faz aos olhos, deleite nosso e de todos os visitantes.

Hoje ela é amada pelos demais filhos que acolheu e pelos que no seu solo nasceram, mas também pelos pais e avós destes últimos. Sim! Mesmo por eles, que sofreram e se angustiaram com a expectativa da tenebrosa inundação, e mais tarde, em 1988, com o choque da realidade nua e crua das águas chegando, avançando e inundando o seu torrão natal... Cobrindo e encobrindo os monumentos, as suas moradas, a sua história, o que não podiam salvar...

É bem verdade que a bela e emocionante canção “Recordações”, concebida no auge da tristeza, ainda hoje faz com que os corações palpitem de amor, de recordações e de saudades da velha Petrolândia...

Mas também é verossímil que ela, a melodia, tenha sucumbido ao encanto da nova Petrolândia; também ela parece ter afrouxado a guarda... E cedeu: lindamente adaptou-se e passou a fazer parte da nova Petrolândia. Quantos não se enternecem com o que parece ser um hino? Um hino a Petrolândia? O que era um sentimento de amor em relação à outra, estendeu-se à atual...

Afinal de contas, Petrolândia é única, uma só, e, irremediavelmente, de todos os corações!

Por
MARIA LEICE GONÇALVES LOPES – Ex-Gerente aposentada, pela Caixa Econômica Federal; com Licenciatura Curta em Ciências, pela Faculdade de Formação de Professores de Serra Talhada; advogada, cursou Direito, pela Faculdade de Direito de Caruaru; concluiu Curso de Preparação à Magistratura, pela Escola Superior da Magistratura de Pernambuco; pós-graduada em Direito Processual Civil, Penal e Trabalhista, pela Faculdade Maurício de Nassau, em Recife.

Da Redação do Blog de Assis Ramalho

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