sábado, dezembro 19, 2015

Saúde com Ciência: Baixa procura por consultas médicas afeta saúde do homem

Saúde com Ciência dedica série à saúde dos homens, que vivem, em média, sete anos a menos do que as mulheres (Ilustração: Juliana Guimarães)
Os episódios do programa Saúde com Ciência são apresentados diariamente pela Web Rádio Petrolândia, em intervalos ao longo de sua programação.

Em geral, o homem vai menos ao médico. Mas isso não significa que ele goza de melhor saúde. Em 2012, um levantamento do Centro de Referência da Saúde do Homem revelou que cerca de 60% da população masculina atendida no centro chegava com alguma doença em estágio avançado. A baixa procura por consultas regulares, falta de prevenção e maus hábitos estão entre os fatores que contribuem para o homem viver menos do que a mulher.

Para o urologista e professor da Faculdade de Medicina da UFMG, Augusto Reis, a “fuga” do médico está associada a questões culturais. “O homem pode se achar infalível e aceitar essa condição de ter uma enfermidade vai contra sua infalibilidade. Portanto, aceitar uma doença é aceitar uma fraqueza”, afirma. Por outro lado, Reis vê uma dificuldade quanto à compatibilidade dos horários disponíveis no atendimento de saúde, de modo que é comum o indivíduo não assimilar isso com seu horário de trabalho, deixando de ir às consultas e até mesmo de dar continuidade ao tratamento.

A baixa procura médica pelo homem tende a começar cedo, o que pode comprometer sua vida sexual. Segundo o professor, enquanto as meninas costumam ir ao ginecologista para receber orientações sobre sexualidade após a primeira menstruação, isso não acontece com os rapazes. “Quando os homens jovens iniciam sua vida sexual ali na pré-adolescência, eles não procuram nem recebem assistência. Eles não vão ao urologista para ter essa primeira orientação. E aí vem o primeiro problema: eles não fazem o uso correto do preservativo e se expõem às DSTs e a uma gravidez não planejada”, explica.

Maus hábitos e problemas cardiovasculares

Os homens também costumam adotar hábitos de vida menos saudáveis que as mulheres. Para se ter uma ideia, há mais pessoas com excesso de peso e fumantes do sexo masculino. O tabagismo e a gordura corporal estão associados aos problemas cardiovasculares, principal causa de óbito no país, sendo que 60% das vítimas fatais são homens. “Em geral, eles dão menos atenção à saúde que as mulheres. Aliado a isso tem o fato de que, especialmente nas fases iniciais, a doença cardiovascular pode se apresentar de forma assintomática, ou seja, de forma silenciosa”, observa a nefrologista e professora da Faculdade de Medicina, Rosângela Milagres.

Rosângela também aponta o sedentarismo e a má alimentação como vilões. “As pessoas não fazem atividades físicas regulares e, associada a essa vida sedentária, vem a questão da dieta inadequada. Infelizmente, a gente acaba ingerindo uma grande quantidade de sal, gordura saturada e carboidratos e muito pouco de fibras, o que agrava os riscos de desenvolver doença cardiovascular”, alerta.

A fim de melhorar a qualidade de vida e prevenir doenças no futuro, o professor Augusto Reis ressalta a importância de evitar o fumo e ingerir bebidas alcoólicas com moderação. “Lembrando que o álcool está muito ligado aos acidentes de trânsito, que é uma das causas mais comuns de óbito do adulto jovem”.

Esse debate não pára por aqui. O Saúde com Ciência apresenta a série “Saúde do Homem” entre os dias 21 e 25 de dezembro. Fique ligado!

Sobre o programa de rádio

O Saúde com Ciência é veiculado de segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h, na Rádio UFMG Educativa, 104,5 FM. O programa, produzido pela Assessoria de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG, tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde.

Ele também é transmitido em outras 175 emissoras de rádio, que estão inseridas nas macrorregiões de Minas Gerais e nos seguintes estados: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Massachusetts, nos Estados Unidos.

UFMG

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