segunda-feira, dezembro 07, 2015

Troca de letras, gagueira e o acompanhamento fonoaudiológico

Lembrando o Dia do Fonoaudiólogo no próximo dia 9, Saúde com Ciência destaca problemas comuns da área, como a gagueira e a troca de letras na infância
Os episódios do programa Saúde com Ciência são apresentados pela Web Rádio Petrolândia durante sua programação diária, de segunda-feira a domingo. 

Profissional da saúde responsável pela avaliação, diagnóstico e reabilitação de distúrbios relacionados à comunicação, voz e audição, o fonoaudiólogo pode acompanhar pessoas de qualquer faixa etária, sendo que grande parte dos atendimentos é dedicado às crianças. Isso porque é comum que elas apresentem dificuldades na hora de falar, já que se encontram em período de aprendizagem comunicativa.

A fonoaudióloga e professora da Faculdade de Medicina da UFMG, Andrea Motta, relata os dois tipos de problemas mais comuns percebidos na infância: “Um deles é um atraso em relação ao aparecimento da fala, que está associado a questões de linguagem e alterações no desenvolvimento da própria fala, com as substituições e trocas de letras. E podemos ter, também, as dificuldades de falar o som especificamente”.

Segundo Andrea, a troca de letras faz parte do desenvolvimento da comunicação da criança, mas atitudes como o uso de chupeta, mamadeira e chupar o dedo atrapalham esse desenvolvimento, uma vez que interferem nos músculos que serão utilizados na hora de falar. Outro fator de risco apontado pela professora é o fato de alguns pais forçarem uma fala infantilizada, prejudicando a compreensão da criança.

Ela cita os possíveis problemas que podem surgir na fase adulta: “Alguns problemas de comunicação, estigmatização, dificuldade de colocação no mercado de trabalho e outras interações sociais”. É recomendável, portanto, que o tratamento seja realizado precocemente, de modo que os pais recorram ao fonoaudiólogo para uma orientação adequada à correção do problema.

Gagueira: questão de respeito

De acordo com o Instituto Brasileiro de Fluência, a gagueira atinge cerca de 5% população, 1% de forma crônica. Dentre seus sintomas, destacam-se a ruptura ou disfluência involuntária da fala e velocidade reduzida na hora de falar. “Para realizarmos o diagnóstico de gagueira, o indivíduo tem que ter pelo menos 3% de disfluências gagas na sua fala”, esclarece a também professora do Departamento de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina, Vanessa de Oliveira.

Nessas disfluências, são comuns bloqueios de fala, repetições de sons e sílabas e prolongamentos de sons. O diagnóstico é feito por meio da avaliação da fala e da linguagem, além do levantamento de fatores de risco, como histórico familiar, atraso no desenvolvimento da fala e o próprio gênero, já que a gagueira é mais prevalente entre os homens. Vanessa ressalta que mais de 80% das crianças podem ser curadas e que o papel do fonoaudiólogo é potencializar as chances de cura.

Existem também grupos de apoio para gagos e pais de crianças gagas, vinculados à Associação Brasileira de Gagueira. A fonoaudióloga destaca a importância do respeito mútuo. “Às vezes, as pessoas com gagueira são excluídas de situações de comunicação e emprego, porque as outras pessoas acham que elas não dominam determinado assunto ou são menos capazes, mas a verdade é que são muito inteligentes”, finaliza.

Sobre o programa de rádio

O Saúde com Ciência apresenta a série “Fonoaudiologia 2015” entre os dias 7 e 11 de dezembro. De segunda a sexta-feira às 5h, 8h e 18h, ouça na rádio UFMG Educativa, 104,5 FM. O programa, produzido pela Assessoria de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG, tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde.

Ele também é veiculado em outras 175 emissoras de rádio, que estão inseridas nas macrorregiões de Minas Gerais e nos seguintes estados: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Massachusetts, nos Estados Unidos.


UFMG

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