sexta-feira, junho 17, 2016

II Seminário sobre Enfrentamento às Doenças Negligenciadas em Pernambuco apresenta resultados positivos do Sanar em 2015


Pernambuco foi o primeiro Estado brasileiro a desenvolver um programa específico para o enfrentamento a doenças negligenciadas e endêmicas. Desde 2011, o Programa Sanar luta pela redução ou eliminação das enfermidades transmissíveis que acometem, principalmente, as populações mais vulneráveis. 

Durante o II Seminário sobre Enfrentamento às Doenças Negligenciadas em Pernambuco, que acontece nesta sexta-feira (17/06), no Dorisol Recife Hotel, em Piedade, das 9h às 17h, será apresentado balanço das ações e a consolidação das atividades realizadas pelos técnicos do Programa em todo o Estado e os resultados de controle das doenças nos municípios prioritários. Entre as doenças contempladas pelo projeto estão tuberculose, hanseníase, esquistossomose, doença de Chagas, leishmaniose, filariose, geo-helmintíases e tracoma.

Estão presentes no evento representantes da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco e Secretaria Municipal de Saúde do Recife, reunindo cerca de 250 profissionais, entre técnicos e gestores dos municípios prioritários, das Gerências Regionais de Saúde e instituições parceiras. 

Com o trabalho focado em 141 municípios pernambucanos considerados prioritários, o Sanar vem reforçando as ações de prevenção, diagnóstico e tratamento dessas doenças. Todas possuem tratamento, mas ainda acometem uma representativa parcela da população, principalmente, a de baixa renda. No ano de 2015, pode-se destacar resultados positivos para geo-helmintíases, onde 465.866 estudantes escolares foram tratados contra verminoses, mais de 100 mil pessoas examinadas e sem confirmação de casos para filariose, mais de 7 mil crianças examinadas e 377 casos positivos tratados para tracoma e 173.850 exames parasitológicos realizados para esquistossomose, com 5.606 pessoas positivas (3%) encaminhadas para tratamento.

No primeiro quadriênio 2011-2014, o Programa Sanar realizou mais de 428 mil exames de filariose, examinou 104 mil pessoas para tracoma e 4 mil delas foram tratadas; eliminou 6,7 mil vetores de Doença de Chagas, após inspeção em mais de 183 mil residências pernambucanas, e tratou 131 mil pessoas para esquistossomose em localidades hiperendêmicas. Já as ações de hanseníase e tuberculose são integradas e o trabalho é voltado para a atenção primária da saúde. Em 2010, o percentual de casos de tuberculose que abandonou o tratamento foi de 13,9% em 2014 esse percentual foi reduzido para 4,9%, e o percentual de casos curados de hanseníase foi de 88% dos casos. Esses serão alguns dos números apresentados no evento. Durante o seminário, o município de Caruaru irá apresentar experiência municipal de vigilância e controle da leishmaniose visceral e também a situação do diagnóstico laboratorial das doenças negligenciadas pelo Laboratório Central de Pernambuco (Lacen-PE).

"Temos bons resultados para apresentar e sabemos que ainda há muita conquista pela frente. Foram doenças relegadas pelas políticas públicas de saúde durante muito tempo, principalmente, porque atingem uma parte da população mais carente”, afirma o coordenador do Sanar, Alexandre Menezes. Pelo monitoramento do Programa, no ano de 2015 houve a reorganização da superintendência do Sanar, onde foram incorporadas as áreas técnicas da esquistossomose, doença de Chagas, tracoma, geo-helmintíases e filariose na estrutura organizacional do Programa. Houve também a inclusão da leishmaniose visceral como doença prioritária em 11 municípios do Estado e o tracoma passou a ser trabalhado na rotina. Com relação à estratégia de trabalho de assessoramento técnico da tuberculose e hanseníase, houve a incorporação, no processo de trabalho, das atividades voltadas para a sífilis.

Saiba mais sobre as doenças:

Tracoma – doença infecciosa ocular que acomete a conjuntiva e a córnea, em decorrência de repetidas infecções. Ela pode provocar cicatrizes que levam à formação de entrópio (pálpebra com a margem virada para dentro do olho) e triquíase (cílios em posição defeituosa nas bordas da pálpebra, tocando o globo ocular), e alterações na córnea que pode causar até a cegueira.

Doença de Chagas – provocada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, a doença pode se apresentar na fase aguda ou somente na forma crônica, com complicações cardíacas ou digestivas. A alteração cardíaca é a forma mais importante de limitação do portador da doença e a principal causa de morte. Já as manifestações mais comuns da forma digestiva são caracterizadas por alterações no trato digestivo (no esôfago e no cólon).

Hanseníase – a doença é representada por manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo com alteração da sensibilidade térmica, dolorosa e tátil. Os sintomas estão relacionados ao comprometimento do nervo, podendo afetar a força muscular, a marcha (caminhar), entre outras, e até provocar deformidades físicas.

Filariose
– provoca dilatação dos vasos linfáticos, podem ocasionar linfedema de membros, e/ou mamas no caso das mulheres, e hidrocele nos homens. Erisipelas freqüentes e quilúria são outras possíveis manifestações. Pode ainda haver a evolução para formas graves e incapacitantes de elefantíase.

Esquistossomose
– doença transmissível, parasitária, causada por vermes trematódeos do gênero Schistosoma. Nos casos mais graves da fase crônica, o estado geral do paciente piora bastante, com emagrecimento, fraqueza acentuada e aumento do volume do abdômen, conhecido popularmente como barriga d’água.

Helmintíase
– as parasitoses intestinais representam a doença mais comum do globo terrestre. Os principais sintomas são cólicas abdominais, vômitos, anemia, perda de peso, apendicite aguda, fraqueza e cansaço. O quadro clínico está diretamente relacionado com a carga parasitária e com o estado nutricional do hospedeiro.

Tuberculose – doença infecto-contagiosa causada por uma bactéria que afeta, principalmente, os pulmões, mas, também pode atingir os ossos, rins, olhos, e meninges. A transmissão é direta, de pessoa para pessoa, mas somente 5% a 10% dos infectados pelo Bacilo de Koch adquirem a doença. Os casos graves apresentam dificuldade na respiração; eliminação de grande quantidade de sangue, colapso do pulmão e acumulo de pus na pleura (membrana que reveste o pulmão).

SES-PE

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