quarta-feira, setembro 09, 2015

Ministra apresenta Programa de combate às moscas-das-frutas em Petrolina

 

Após ser lançado em Brasília na última terça-feira (8), o Programa de Combate às Moscas-das-Frutas foi apresentado nesta quarta-feira (9) emPetrolina, no Sertão de Pernambuco, pela ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Kátia Abreu. No evento foi ressaltada a importância das ações integradas de combate às moscas e ainda divulgado o repasse do investimento de R$ 128 milhões durante quatro anos voltado para técnicas de manejo, agroquímicos formação e qualificação profissional.

Estiveram presentes, os prefeitos dos municípios de Petrolina e Juazeiro, na Bahia, Julio Lossio e Isaac Carvalho, respectivamente, além dos secretários municipal e estadual de agricultura, representantes da Associação Brasileira dos produtores e exportadores de frutas e derivados e membros de instituições e órgãos envolvidos no programa.

O índice Mosca Armadilha Dia (MAD) é 4,0 no Brasil, a ministra Kátia Abreu ressaltou que objetivo é que o programa reduza ao aceitável que é de 0,2. “Nós esperamos que no próximo ano nós podemos chegar a 50% e com mais um ano 100%. Teremos uma longa jornada pela frente. No Vale do São Francisco, o laboratório da Biofábrica Moscamed receberá um recurso de R$ 1.600 milhões para fabricar e produzir mais tecnologia para ajudar o produtor na execução das armadilhas e os machos esterelizados”, explica.


A ministra falou ainda do programa como um benefício não apenas para os produtores, mas uma ação que abrange o consumidor final. “As moscas-das frutas não trazem doenças para os seres humanos, mas elas fazem com que a fruta fique cara. Nós queremos que o consumidor e a dona de casa possam ir no supermercado e escolher a fruta que ela quer e não escolher pelo preço. E se nós combatermos às moscas-das-frutas, os produtores vão diminuir o prejuízo e vão poder vender uma fruta mais barata e poderão ainda vender para outros países”, destaca.

A doença ainda impede que as frutas conquistem mercados. “Alguns países não compram a nossa fruta hoje, porque como ela está com moscas-das-frutas. Isso porque a mosca pode passar para os pomares desses países e nem eles e nem nós queremos frutas doentes para poder pegar nos nossos pomares”, argumenta a ministra.

Com o programa nacional, o governo pretende democratizar o consumo de fruta no Brasil e ainda agregar valor para os produtores gerarem mais empregos. Já que a fruticultura é a atividade do campo que dá mais emprego no Brasil, de 3 a 5 trabalhadores por hectares. Com isso, será investida em qualificação. “Temos um programa oportunidade que pretendemos buscar os produtores que está na classe D e E. Vamos disponibilizar 500 vagas para Petrolina e 500 para Juazeiro. Eles vão receber assistência técnica continuada por dois meses e vão receber 200 horas de qualificação profissional por ano”, conta a ministra.

O prefeito de Petrolina, Julio Lossio, disse que a vinda da ministra ao município mostra a força da região. “Temos que entender que a mosca tem produzido algumas perdas na agricultura irrigada, que não são grandes demais, mas nós precisamos nos previnir e se antecipar os fatos. Estamos buscando uma parceria para interagir com o ministério e a possibilidade do genérico para a gricultura e queremos estimular a ministra essa criação dos insumos genéricos”, relata.

O Presidente da Associação Brasileira dos produtores e exportadores de frutas e derivados, Luiz Roberto Barcelos, disse que o programa é importante para a permanência da produção de frutas de qualidade. “Exportamos US$ 150 milhões de dólares e queremos chegar a US$ 1 milhão nos próximos anos e cada vez mais gerar empregos. A nossa grande preocupação é a agua. Queremos que seja feita uma obra de emergência para construir bombas flutuantes. Se isso não acontecer os distritos de irrigação podem ficar sem água”.

Sobre as instalações das bombas flutuantes, a ministra Kátia Abreu disse que está sendo negociada uma solução junto ao Ministério da Integração e a Agência Nacional de Águas. “Não é só mais as bombas flutuantes, porque elas podem atrasar muito a sua chegada, porque tem todo um processo licitatório em curso. Os produtores jugam que a abertura um pouco da vazão poderá acudir os produtores em tempo. Uma reunião já está marcada em Brasília com ANA e o Ministério da Agricultura para pensar a melhor solução do problema”, garante.

Durante a apresentação do programa, um grupo de fiscais agropecuários do Mapa realizaram um protesto com faixas. A categoria reivindica o reajuste fiscal e a mudança da denominação de fiscal para auditor. Segundo o ministério, uma iniciativa já está sendo tomada. “O Ministério da Agricultura encaminhou ao Ministério do Planejamento, mas estamos aguaradando resposta. Acho que eles merecem ser auditores, mas nós dependemos de outros ministérios para essa interlocução e estamos trabalhando para isso”, conta.

Juliane Peixinho
Do G1 Petrolina

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