sexta-feira, outubro 24, 2014

Ações e medidas para minimizar os impactos decorrentes da atividade turística, artigo de Roberto Naime


As ações e medidas para minimizar os impactos causados pela atividade turística devem estar inseridas num planejamento integrado de todas os procedimentos previstos para um determinado sítio turístico.

Começam pelos cuidados dos impactos ambientais sobre a arquitetura e o planejamento, construção e operação dos equipamentos turísticos. Estes equipamentos, bem como as construções de recreação e lazer, devem estar integrados nas paisagens, tanto no estilo, como nos materiais e nas cores.

As ações são variadas como instituir serviços de zeladoria para garantir a preservação da fauna e flora ou implantar programas de coleta seletiva eficientes, associados a programas de gestão de resíduos sólidos que incluam minimização na geração dos resíduos e reciclagem.

Devem ser implantados controles sobre as águas naturais e procedimentos para tratamento mínimo das águas servidas. Para isto usar instrumentos como a regulamentação legal de parques e áreas turísticas e implantar vigilância adequada para evitar que se infrinjam regulamentos legais.

Em continuidade, são relevantes a implantação de programas de eficiência energética nos equipamentos turísticos, que podem também estar incluídos nas regulamentações e normas a serem seguidas.

Instituir programas permanentes de educação ambiental de turistas e moradores das regiões turísticas, enfocando também as ações de respeito e proteção aos sítios históricos e de representatividade local. É necessário também implantar projetos de sinalização turística e de comportamentos ambientais.

A preocupação em diminuir eventuais impactos de sazonalidade, com programas de viabilização dos espaços para atividades múltiplas são providências muito adequadas para toda a cadeia turística.

As áreas devem ser cercadas para controle do fluxo de pessoas. A delimitação da área evitará também invasões de animais de propriedades vizinhas e danos aos equipamentos e instalações. As propriedades vizinhas devem estar incluídas nos programas de preservação e valorização.

O turismo deve ser compatibilizado com as atividades originais da localidade, que geralmente são uma motivação adicional. As ações devem estimular o turismo não tecnicista, como caminhadas, passeios de bicicleta, charrete ou animais de tração. Este é o chamado lazer silencioso, que além de repousante para o turista, ajuda na proteção do meio ambiente receptor.

Todas as pessoas envolvidas nos processos de transporte, recepção, prestação de serviços e outros devem passar por processos permanentes de capacitação, atualização e melhoria. Não adianta apenas fazer um treinamento sem manter a atualização dos recursos humanos com as novas tecnologias e novas demandas que se apresentam.

O turismo necessita de investimentos relativamente baixos nos locais. Mas necessita de alta capacidade de gestão, administração e integração por parte dos responsáveis, para que os desafios não sejam respondidos de forma espontaneísta, e as improvisações cedam seu lugar a amplos programas de planejamento, monitorados por resultados, permitindo a satisfação de todos e melhorias na qualidade ambiental e qualidade de vida geral das populações afetadas.

Dr. Roberto Naime, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em Geologia Ambiental. Integrante do corpo Docente do Mestrado e Doutorado em Qualidade Ambiental da Universidade Feevale.

Sobre o mesmo tema, sugerimos que leiam, também, os artigos:
Os impactos culturais do turismo, artigo de Roberto Naime
Os impactos econômicos do turismo, artigo de Roberto Naime
Ecoturismo, artigo de Roberto Naime
Resultantes sociais da atividade de turismo, artigo de Roberto Naime
Os danos ambientais do turismo, artigo de Roberto Naime
Os impactos e danos ambientais do turismo ecológico, artigo de Roberto Naime

Fnte: Portal EcoDebate

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