28 novembro 2025

Desemprego cai a 5,4% em outubro, o menor nível já registrado no país


Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) — Foto: Divulgação/Agência Brasil

Desocupação cai para o menor nível desde 2012, com queda tanto frente ao trimestre anterior quanto em relação ao mesmo período de 2024. A população desocupada também atingiu o menor patamar da série para 5,9 milhões.

Por Janize Colaço, g1 — São Paulo

A taxa de desemprego no Brasil ficou em 5,4% no trimestre móvel encerrado em outubro, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), divulgada nesta sexta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
 
O resultado veio abaixo das expectativas do mercado, que projetavam um recuo da taxa para 5,5%, e marcou o menor nível da série histórica iniciada em 2012. A taxa caiu nas duas bases de comparação:

recuou 0,2 ponto percentual em relação ao trimestre móvel anterior, passando de 5,6% para 5,4%;
e diminuiu 0,7 ponto percentual frente ao mesmo período de 2024, quando estava em 6,2%.

Além disso, a população desocupada (5,9 milhões) foi a menor registrada pela série histórica. Já o número de pessoas sem trabalho caiu 3,4% no trimestre (menos 207 mil) e recuou 11,8% em relação ao ano anterior (menos 788 mil).

“Quando observamos todos os trimestres móveis encerrados em outubro, essa taxa é a menor já registrada pela pesquisa. Também vemos que a população desocupada permanece abaixo dos patamares observados anteriormente”, aponta Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE.

Enquanto isso, a população ocupada totalizou 102,6 milhões, permanecendo estável no trimestre e representando um aumento de 926 mil pessoas na comparação anual.

O nível da ocupação — considerando as pessoas empregadas dentro da população em idade de trabalhar — ficou em 58,8%, mantendo estabilidade tanto frente ao trimestre anterior quanto em relação ao mesmo período de 2024.

Veja os destaques da pesquisa:

Taxa de desocupação: 5,4%
Taxa de subutilização: 13,9%
População desocupada: 5,9 milhões
População ocupada: 102,2 milhões
População fora da força de trabalho: 66,1 milhões
População desalentada: 2,6 milhões
Empregados com carteira assinada: 39,2 milhões
Empregados sem carteira assinada: 13,6 milhões
Trabalhadores por conta própria: 25,9 milhões
Trabalhadores informais: 38,8 milhões

Formalização estável no trimestre, mas ainda em patamar recorde

Ainda segundo os dados do IBGE, o setor privado registrou 52,7 milhões de empregados, o maior número da série histórica, ainda que sem mudanças relevantes no trimestre ou no ano.

Os trabalhadores com carteira assinada somaram 39,2 milhões — novo recorde da série —, mantendo estabilidade no trimestre e registrando alta de 2,4% em relação ao ano anterior, o que representa mais 927 mil pessoas.

Já os empregados sem carteira chegaram a 13,6 milhões, número estável no trimestre e 3,9% menor no ano (menos 550 mil pessoas).

No setor público, o contingente foi de 12,9 milhões, estável no trimestre e 2,4% acima do registrado um ano antes (mais 298 mil pessoas).

O total de trabalhadores por conta própria atingiu 25,9 milhões, também estável no trimestre, mas 3,1% maior no ano (acréscimo de 771 mil pessoas).

A taxa de informalidade permaneceu em 37,8% da população ocupada — o equivalente a 38,8 milhões de pessoas —, repetindo o percentual do trimestre anterior e ficando abaixo dos 38,9% observados no mesmo período de 2024.

O rendimento real habitual chegou a R$ 3.528, novo recorde, mantendo estabilidade trimestral e avanço de 3,9% em um ano. Já a massa de rendimento real, de R$ 357,3 bilhões, também renovou o recorde, sem variação no trimestre e com alta anual de 5,0% (mais R$ 16,9 bilhões).

O contingente da força de trabalho — que reúne pessoas ocupadas e desocupadas — foi estimado em 108,5 milhões no trimestre de agosto a outubro de 2025, permanecendo estável tanto na comparação trimestral quanto na anual.

Análise por setor

Variação por grupamentos de atividade em relação ao trimestre móvel anterior:

Construção: +2,6% (mais 192 mil pessoas)
Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais: +1,3% (mais 252 mil pessoas)
Outros serviços: –2,8% (menos 156 mil pessoas)

Variação dos grupamentos comparada ao período ago–out/2024

Transporte, armazenagem e correio: +3,9% (mais 223 mil pessoas)
Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais: +3,8% (mais 711 mil pessoas)
Outros serviços: –3,6% (menos 203 mil pessoas)
Serviços domésticos: –5,7% (menos 336 mil pessoas)

Rendimento médio mensal

O rendimento médio mensal real por grupamentos de atividade mostrou, frente ao trimestre móvel anterior, alta apenas em Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas, que avançou 3,9% (mais R$ 190). Os demais grupamentos permaneceram estáveis.

Na comparação com o trimestre de agosto a outubro de 2024, houve aumento nos seguintes grupamentos:

Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura: +6,2% (mais R$ 129)
Construção: +5,4% (mais R$ 143)

Alojamento e alimentação: +5,7% (mais R$ 126)

Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas: +5,2% (mais R$ 251)

Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais: +3,5% (mais R$ 164)

Serviços domésticos: +5,0% (mais R$ 64)

De acordo com o IBGE, os demais grupamentos não registraram variações significativas na comparação anual.

Por Janize Colaço, g1 — São Paulo

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