quarta-feira, maio 25, 2016

CPI ouve representantes da Fasup em última reunião na Alepe antes da entrega do relatório

Foto: Jarbas Araújo/Alepe

Na última ouvida promovida pela CPI das Faculdades Irregulares, na Alepe, antes da apresentação do relatório de conclusão das atividades, os parlamentares interrogaram representantes da Faculdade de Saúde de Paulista (Fasup), na Região Metropolitana. A comissão buscou esclarecer, na reunião desta terça (24), o motivo de alunos vinculados à instituição não conseguirem o diploma de conclusão do curso de graduação em optometria, oferecido graças a um convênio firmado entre o Instituto Optométrico de Pernambuco (IOP) – mantenedora da Fasup – e a Fundação Universitária da Área Andina (Areandina), da Colômbia.

A diretora financeira da Fasup, Darla Faria, explicou que o convênio que autorizava o curso foi encerrado em fevereiro de 2014. Segundo ela, cerca de 60 alunos concluíram a graduação antes dessa data, mas cerca de 45 ainda não conseguiram a certificação. Ela alega que esses estudantes estão com dificuldades para receber o diploma porque atrasaram a entrega do trabalho de conclusão de curso e, neste intervalo, as regras de cursos de graduação na Colômbia mudaram.

“A Areandina nos informou que esses alunos precisarão fazer um semestre do curso na Colômbia, para regularizar a situação. Estamos trabalhando para resolver essa situação”, alegou. Relatora da CPI, a deputada Teresa Leitão (PT) esclareceu que o surgimento dessa nova exigência é ilegal. “Mudanças em regras educacionais que ocorrem no transcorrer dos cursos não podem lesar os alunos. Isso significa estabelecer regras diferentes para estudantes de uma mesma turma conseguirem o diploma, o que é errado”, pontuou.

Além do problemas com as turmas anteriores a 2014, os representantes da Fasup foram questionados sobre continuar a oferecer o curso de graduação em optometria em 2015 e 2016, após o encerramento do convênio com a fundação da Colômbia e, portanto, sem nenhuma autorização legal. “Entramos, no ano passado, com um processo no Ministério da Educação para habilitar a faculdade a oferecer seu próprio curso de graduação em optometria. A questão ainda está em avaliação”, explicou o diretor da Fasup, Darilson Rodrigues. O gestor informou que, por enquanto, está propondo aos estudantes “uma migração” para o curso futuro, caso ele seja aprovado.

O presidente da comissão, deputado Rodrigo Novaes (PSD), alertou que o procedimento também é ilegal. “A faculdade não pode prometer esse aproveitamento posterior de créditos, até mesmo porque ela não tem, atualmente, nenhuma autorização para oferecer o curso”, lembrou o parlamentar. Ele requereu que a instituição apresente os documentos que comprovem o convênio do IOP com a Areandina, bem como o acordo de cooperação técnica que deve existir, entre Brasil e Colômbia, para que haja esse intercâmbio entre as instituições.

A próxima reunião da CPI será na segunda (30), quando os parlamentares votarão o relatório de conclusão das atividades. Já na terça (31), às 11h30, ocorrerá uma coletiva de imprensa para apresentação do documento.

Alepe

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