quinta-feira, março 08, 2012

Em entrevista ao Blog, Coordenador de Assentamento da Chesf diz que o povo costuma bater na porta errada

Paulo Barbosa em reunião(camisa preta).
O Blog de Assis Ramalho entrevistou o coordenador do Empreendimento do Sistema do Reassentamento de Itaparica, logo após reunião com líderes do MST, realizada na Prefeitura de Petrolândia nesta quinta-feira  (08), em que foi discutida a invasão do Movimento Sem Terra ao reservatório de água da Chesf no Sítio Quixabinha, na divisa de Tacaratu/Petrolândia.

O Sr. Paulo Barbosa esclarece que a responsabilidade da Chesf se limita ao atendimento dos reassentados, grupos diretamente atingidos com a construção da Barragem de Itaparica. Segundo ele, a Chesf cumpre todas as suas obrigações com essas pessoas. Quanto às reivindicações de Movimentos Sociais (Movimentos Sem Terra, Sem Teto, entre outros), como são exemplo os assentamentos do INCRA, o Sr. Paulo Barbosa informa, embora demonstre boa vontade em ouvi-los, a Chesf não tem nenhuma responsabilidade quanto a eles, por não fazerem parte do projeto original de reassentamento da Chesf. Procurar a Chesf, nesses casos, seria bater à porta errada. Ele orienta que esses movimentos devem procurar os órgãos municipais, estaduais e federais responsáveis por políticas de atendimento às demandas sociais.

Assis Ramalho:  Paulo Barbosa, o senhor, como representante da Chesf, como vê a insatisfação dos assentados com relação a tudo isso?

Paulo Barbosa: Olha, veja o seguinte: A gente trabalha em uma empresa, que apesar de ser do Governo, ela tem limites. A gente é responsável pela geração e transmissão de energia elétrica do Nordeste, mas esta questão de irrigação não é com a gente. A Chesf entra com a posição dela até onde pode. Aonde a gente pode ir com os movimentos sociais, a gente vai com a maior boa vontade. Hoje, a gente está aqui, mas a gente podia não ter vindo para esta reunião, mas estamos aqui para atender a eles. O que eu quero dizer é que, se a gente está preparando uma pauta para uma reunião de superiores, a gente pode até estender este limite, mas o limite chega aqui, e foi isto que a gente tentou explicar pra eles.

Assis Ramalho: Mas o senhor, como representante da Chesf,  tem que concordar que estas reivindicações já vem há muito tempo, e o povo está sofrendo...

Paulo Barbosa: Veja o seguinte: a Chesf tem a responsabilidade com os reassentados, e aí é uma obrigação legal, legítima que a gente vem cumprindo. Já com os movimentos sociais, a gente não tem esta responsabilidade. Quem tem são outros órgãos do Governo.

Assis Ramalho: Então de quem seria a responsabilidade?


Paulo Barbosa: O Governo detém órgãos, como o Incra, a Codevasf, tem outros órgãos da Secretaria Social que podem fazer estas orientações de Políticas (Sociais). Na verdade, muitas vezes eles batem na porta errada.

Assis Ramalho:  Agora, porque existe este jogo de empurra? A Chesf joga para Codevasf, que joga para o Incra, que joga para não sei quem. Que jogo é este?


Paulo Barbosa: Olha, eu discordo de você. Não há jogo de empurra. É porque o povo não entende e bate sempre na porta errada. Na verdade, a Chesf sempre cumpriu com os seus compromissos, eles é que estão batendo na porta errada.


Assis Ramalho:  Há, tá bom... o povo é que está errado (o povo gostaria de saber qual a porta certa).  O senhor vai participar da reunião da próxima segunda-feira (12) no Recife?


Paulo Barbosa: Vou.

Assis Ramalho: Boa sorte!

Da Redação do Blog de Assis Ramalho

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