Petrolândia: Em entrevista, dirigentes do STR repudiam a Chesf por suspensão de pagamento da VMT a 142 famílias do sistema de Itaparica

Entrevista foi concedida na manhã desta quinta (12) no 'Acordando com as Notícias', programa transmitido pela Web Rádio Petrolândia com Assis Ramalho

Na manhã desta quinta-feira (12/12/2019), o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Petrolândia (STR), José Maurício, e o vice-presidente da instituição, Natanael Caetano, concederam entrevista a Assis Ramalho, ao vivo, no programa 'Acordando com as Notícias', transmitido pela Web Rádio Petrolândia. 

Na entrevista, os sindicalistas externaram seu sentimentos de repúdio ao procedimento adotado pela CHESF, através do programa de recomposição de renda, em relação a suspensão ao pagamento da VMT (verba de manutenção temporária). 

De acordo com os dirigentes do STR de Petrolândia o corte vai atingir 142 famílias ao todo, nos projetos ´Icó- Mandantes e Barreiras bloco 01, que tiveram partes de seus lotes condenados por problemas no solo impossibilitando a produção e a geração de renda, e os valores oferecidos pelas áreas descartadas chega a ser irrisório. Trinta mil para cada família.

Além das famílias, o corte da VMT atinge diretamente o comércio de Petrolândia. A partir de agora, cerca de R$ 132 mil/mês deixarão de circular no comércio local.

''A VMT é a única segurança que temos sobre as pendências que não foram resolvidas por parte da Chesf'', comentou o ouvinte Rogério Novaes, produtor rural do Projeto Icó-Mandantes.

Ainda de acordo com os dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Petrolândia, o ato da Chesf é uma falta de respeito com os agricultores e agricultoras que tiveram que sair de suas terras para dar ao capitalismo, condições de construir a usina hidrelétrica Luiz Gonzaga,e hoje chegaram a conclusão, que diante de tanta luta dos trabalhadores e trabalhadoras rurais, junto ao movimento sindical, estão sendo passados para trás de forma acelerada e desrespeitosa, para agilizar o processo de privatização da CHESF e do Rio São Francisco.

Assista a íntegra da entrevista

Saiba mais sobre o acordo da Chesf

O acordo inicial, feito em 1986 para construção da barragem Itaparica, atualmente denominada Luiz Gonzaga, previa o pagamento de 2,5 salários mínimos destinados à compra de cestas básicas para as famílias atingidas pela expropriação. Em 1991, foi feito um aditivo que alterou o pagamento da VMT, que passou a ser calculada com base no valor da cesta básica, e não mais em salários mínimos.

Em resumo, o acordo original foi alterado por meio de intervenção de uma entidade sindical, que realizou reuniões com a diretoria da Chesf, e a VMT passou a equivaler a 10% do preço dos produtos de uma cesta básica, somados à taxa mínima de energia elétrica montante bem inferior ao inicialmente pactuado.

Para as 142 famílias dos projetos ´Icó- Mandantes e Barreiras bloco 01, em Petrolândia, esse acordo chegou ao fim, segundo decisão tomada pela Chesf.

Da Redação do Blog de Assis Ramalho

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