segunda-feira, janeiro 25, 2016

Comunidades quilombolas do Piauí pedem mais três cursos superiores ao Incra

Ascom Incra/PI

Um encontro de representantes de 13 comunidades quilombolas e seis comunidades de assentamentos rurais localizados nos municípios de Jerumenha, Santa Cruz do Piauí, Wall Ferraz, São João do Piauí, Picos e Paquetá, realizado no último fim de semana (dias 15 e 16 de janeiro), resultou na apresentação de reivindicação de três cursos de nível superior ao Incra no Piauí: Ciências Sociais, História e Agronomia com Ênfase em Agroecologia Familiar.

O Centro Afro-Cultural Coisa de Nêgo e a Associação de Desenvolvimento Rural da Comunidade Quilombola Custaneira/Tronco (do município de Paquetá) foram as entidades que organizaram o evento e oficializaram o pedido de oferta de cursos superiores que podem ser financiados pelo Incra, por meio do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera). As entidades solicitaram que os cursos sejam ofertados em parceria com a Universidade Estadual do Piauí (Uespi), no campus de Picos. A Uespi, em convênio com o Incra, executa atualmente a oferta dos cursos de Agronomia, Pedagogia e Geografia, para cerca de 150 pessoas do público de reforma agrária no Piauí.

“O direito à Educação é uma de nossas principais pautas. O evento que realizamos despertou as comunidades para conquistarmos este direito. Agora, pessoas que não estudam há vários anos querem voltar para a escola. E também temos na comunidade aqueles que querem fazer um curso de nível superior. Nossa luta agora é para que possamos garantir o máximo de possibilidades de cursos para nossas comunidades, iniciando pelos cursos de nível superior”, afirmou Arnaldo de Lima, presidente da Associação de Desenvolvimento Rural Quilombola de Custaneira/Tronco. Conhecido como Naldinho da Custaneira, ele é mestre de cultura popular e uma das lideranças estaduais das comunidades quilombolas do Piauí.

A atividade, realizada na sede da comunidade Custaneira/Tronco, contou com a participação de Manoel Oliveira da Costa, e de Áureo João de Sousa, da Equipe do Pronera no Piauí, que apresentaram o Programa para as comunidades. O evento teve ainda a participação do Pró-reitor Adjunto de Ensino e Graduação da Uespi, Paulo Henrique Pinheiro, e dos professores José da Cruz Miranda Bispo (campus Torquato Neto/Teresina-PI) e Marli Maria Veloso (campus de Picos-PI).

“Foi excepcional o diálogo entre Uespi, Incra e comunidades. O evento abriu um espaço importante para ouvirmos os anseios de quilombolas e assentados e pode resultar no fortalecimento da parceria já existente entre e Incra e Universidade, possibilitando que elas continuem cumprindo com suas funções sociais no que se refere ao direito à Educação, disse o pró-reitor Paulo Henrique Pinheiro. “A missão do Incra não é só criar assentamentos, mas garantir também um direito fundamental para o desenvolvimento das comunidades rurais, que é a Educação. A parceria com a Uespi pode ser fortalecida com a criação de novos cursos superiores. Mas também vamos estudar a forma de atender outras demandas como a alfabetização de jovens e adultos, por exemplo”, informa o coordenador do Pronera no Piauí, Manoel Oliveira.

O pró-reitor se comprometeu em atender plenamente a demanda apresentada no encontro. A Universidade vai elaborar os Projetos Político-Pedagógicos de Cursos de Graduação em Ciências Sociais, História e Agronomia com ênfase em Agroecologia Familiar, para que o Incra disponibilize os recursos necessários ao financiamento dos cursos, a partir da legislação pertinente à Educação do Campo/Pronera. A elaboração dos Projetos Político-Pedagógicos dos cursos terão a participação de representantes dos movimentos sociais que solicitam os cursos. Caso aprovados, os cursos serão desenvolvidos conforme a metodologia da alternância, onde 70% da formação é ofertada no Tempo Escola e 30% no Tempo Comunidade, de acordo com as normas do Pronera.

Assessoria de Comunicação Social do Incra/PI

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