sexta-feira, setembro 19, 2014

Marcos Cavalcanti destaca papel do professor na era da informação em duas palestras


Hoje (19) foi o último dia do XII Congresso Internacional de Tecnologia na Educação, realizado no Centro de Convenções e Chevrolet Hall, em Olinda. Um dos destaques da programação foi Marcos Cavalcanti, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ.

O papel do educador em meio ao mundo de informações

Em um mundo de facilidade ao acesso da informação, em que os alunos têm a possibilidade de saber novidades antes do professor e estarem mais informados acerca de determinado tema, se faz necessário repensar o papel do professor. Na palestra “Pra que escola no mundo das redes sociais e do Google?”. Marcos Cavalcanti afirma que o papel do educador atualmente é o de provocar. É preciso que se tenha a consciência de formar os alunos para o presente, pois a mentalidade atual despreza a velocidade com que as formas de se relacionar com o conhecimento mudaram. “O professor e a escola como meros transmissores de educação estão com os seus dias contados”, alerta Cavalcanti.

Marcos Cavalcanti faz uma comparação com índios e caciques: hoje em dia os índios não precisam mais do intermédio dos caciques para se comunicar – agora os índios se comunicam entre si. Mas então, qual seria a função do professor neste meio aparentemente completo e blindado de informações? Resposta: o professor tem o papel de filtrar e selecionar qualitativamente estas informações, de modo a questionar a credibilidade de esta ou aquela fonte de informação. O professor se configura como o guia que conduza a multidão, sem esquecer de qualificar-se como parte integrante deste mundo informatizado.

Educação plural como método de aprendizado

Nas épocas passadas, cinco fatores de produção ditavam o desenvolvimento do mundo: terra, capital, trabalho, energia e matéria prima. Hoje, o conhecimento tornou-se protagonista da sociedade. Essa foi a temática apresentada pelo professor Marcos Cavalcanti, doutor em informática pela Universidade de Paris XI e tem coautoria em diversos livros sobre gestão, redes e tecnologia, na palestra “Sociedade do conhecimento: redes e o papel do professor”. “As nações de liderança do futuro não serão mais as produtoras de matéria-prima, mas sim, aquelas que produzem informação”, dizia Marcos.

Ao passear pela história, ele comentou sobre a transformação das nações líderes no mundo a cada época. Em 1500, Portugal e Espanha dominavam o espaço global ao passo que hoje, perderam espaço para nações produtoras de conhecimento.

Cavalcanti reafirmou a importância do conhecimento como motor da produção humana. “Se eu der dinheiro a vocês, vocês sairão daqui mais ricos e eu mais pobre. Mas se eu compartilhar conhecimento com vocês, todos nós saímos daqui mais ricos. E com ideias multiplicadas”.

Outro ponto importante declarado pelo educador foi o entendimento das personalidades dos alunos como método para as escolas alcançarem melhores desempenhos. Segundo ele, a sociedade moderna é plural e os professores precisam se adaptar a este novo cenário, levando em conta a realidade do local no qual ensinam. “Não adianta tentarmos implantar um novo modelo educacional em todo o país. O Brasil possui diversas realidades, precisamos alinhar o ensino a cada uma delas”, afirmou.

A troca de conhecimentos também foi defendida como fator primordial para o aprendizado de estudantes e educadores. “Só aprende quem admite que pode estar errado. A função da escola é ensinar as pessoas a encontrarem a sua verdade sem precisar desmerecer a verdade do outro”, declarou.

A professora Oziana de Abreu Bonfim acompanha o evento há cinco anos e aprova a diversidade de temas debatidos. “O mais interessante é que a programação abrange assuntos que dialogam tanto com o profissional da educação infantil quanto com o que trabalha com formação de jovens e adultos”. Ela reforçou os conceitos defendidos pelo professor Marcos Cavalcanti. “Quem ensina deve compreender que vai encontrar pessoas de diferentes perfis e usar isto a seu favor, não como algo negativo”, concluiu.

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