quarta-feira, agosto 15, 2018

Produção alimentar com ajuda do sol será debatida no 1º Seminário de Agroecologia da IFPE

Sistema agrovoltaico será concluído em Ibimirim depois da instalação de placas para o gerenciamento hídrico voltado para produção de alimentos (Fotos: Ecolume/IPA)


Nesta sexta-feira (17), a eficiência enérgica como uma estratégia para a adaptação socioeconômica às mudanças climáticas no semiárido do NE será destacada durante o 1º Seminário de Agroecologia do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE). O evento será realizado no campus de Belo Jardim, no agreste pernambucano. E contará com a participação da coordenadora do Laboratório de Mudanças Climáticas do Instituto Agronômico de PE (IPA), a climatologista Francis Lacerda. Ela lidera uma rede de pesquisadores mundial (Ecolume) que está implantando o primeiro sistema agrovoltaico da América do Sul no sertão do Estado.

O protótipo do sistema potencializa os recursos naturais da Caatinga, a partir da abundante incidência solar, transformada em energia elétrica por placas fotovoltaicas para a captação e gestão da escassa água na região para fins da produção familiar de alimento por meio da vegetação nativa e adaptada ao estresse hídrico, assim como a criação de peixes e de aves, tudo integrado e de forma inteligente em pouco espaço físico. A palestra será na sala modular 4 do campus do IFPE em Belo Jardim.

Para o coordenador de Extensão Rural da IFPE, André Pereira (foto), o minicurso do Ecolume sobre eficiência enérgica qualificará e diversificará o seminário por se tratar de uma tema relevante para a agroecologia. Ele aproveita para convidar toda a comunidade acadêmica e dos movimentos sociais interessados na temática, bem como a população do campo, como os quilombolas, indígenas, sitiantes e pequenos agricultores. O seminário começa nesta quinta-feira (16) e conclui na sexta-feira (17), quando serão realizados minicursos com algumas temáticas, a exemplo a da Ecolume.

O experimento em desenvolvimento da Ecolume, que busca a eficiência enérgica como uma estratégia para a adaptação socioeconômica às mudanças climáticas no semiárido do Nordeste, especificamente para as questões fundamentais da alimentação, energia e recursos hídricos, está pautado por um conceito inovador da rede de pesquisadores onde garante ser possível plantar água, comer Caatinga e irrigá-la com o sol.

Francis, doutora em Recursos Hídricos, dividirá a sua palestra com um doutor em Botânica, Diogo Araújo, que é proprietário da VertSol, startup pernambucana parceira do Ecolume com foco em eficiência energética. A VertSol doou 10 placas fotovoltaicas que devem ser instaladas em uma escola de Agroecologia (Serta) em Ibimirim nas próximas semanas.

A rede Ecolume, que é financiada pelo CNPq desde o começo do ano, e recentemente pela Fundação de Amparo a Ciência e Tecnologia de PE, é formada por pesquisadores de várias entidades estaduais e nacionais e internacional, a exemplo do IFPE, UFPE e da cientista da universidade britânica de Oxford, Débora Lay,

A Ecolume acaba de ser considerada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), através do Centro de Estudos em Sustentabilidade, como uma das 14 principais iniciativas em agricultura familiar em todo o Brasil, sendo apenas duas na região do NE. Além do IFPE do Sertão, UFPE e da Oxford, a Ecolume é composta ainda por pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Instituto Nacional do Semiárido (Insa), Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Sustentabilidade e o Serta.

Assessoria de Imprensa do Ecolume/IPA

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