quinta-feira, março 22, 2018

Venda de produtos de agroindústria financiada pelo ProRural fortalece grupo de mulheres do Agreste



Para as mulheres boleiras do Assentamento Normandia o trabalho tem um significado maior do que empreendimento e lucratividade. Em um espaço da agroindústria financiada pelo Governo de Pernambuco e Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária, através do ProRural, as mulheres se encontram para cozinhar bolos e pães, mas além disso, se juntam para falar de assuntos de saúde, cultura, moda, beleza, entre outros, que enriquecem mais a autoestima e melhora a qualidade de vida das agricultoras do que visam o ganho financeiro.

O grupo de oito mulheres foi formado a partir de uma necessidade da Associação dos Trabalhadores Rurais do Assentamento Normandia, localizado na BR 104, em Caruaru, para atender uma demanda do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) do município no fornecimento de bolos para a merenda das escolas. Hoje têm contrato para entrega de 10.100 quilos de bolos para a Secretaria de Educação da cidade e já abrem novos mercados, que agregam até R$450,00 de renda extra com a venda de bolos.

Para uma das mulheres da associação, Mauricéia Matias, as profissionais são muito mais do que um grupo de boleiras. “Somos um grupo de mulheres que tratamos de assuntos de mulher, inclusive de ganhar dinheiro. Todas nós temos outra renda, mas aqui tem gente que cura até depressão”, diz Mauricéria. Ela lembra ainda que o grupo tem mulher de mais de 70 anos, assim como de 20 anos, que se encontram mensalmente para dividir mais do que trabalho e lucro, mas para tratar da vida.

O espaço das mulheres da Normandia não se restringe a produção de bolos. Dos 38 trabalhadores da agroindústria, 23 são mulheres. Elas ajudam a processar aproximadamente 150 toneladas/ano de alimento (carnes e tubérculos), que são fornecidos para 177 escolas de 39 municípios do Agreste e Zona da Mata Sul. Com o trabalho em regime de diárias, onde recebem R$ 50,00/dia, chegam a receber mais de R$ 1mil por mês. O projeto, orçado em R$ R$ 359.849,00, e financiado pelo Projeto Pernambuco Rural Sustentável (PRS), com verba do acordo de empréstimo com o Banco Mundial, já movimenta R$ 5 milhões por ano.

Novos Mercados

Com a colaboração do Grupo de Consumo Responsável Fruto da Terra, os produtos das boleiras de Normandia chegaram aos consumidores do Recife. A cada 15 dias, elas e mais seis agricultores da região Agreste montam barracas na Universidade Católica de Pernambuco para vender os produtos que vêm direto da agricultura familiar para o consumidor.

A ideia do grupo de consumo, hoje formado por aproximadamente 60 pessoas entre voluntários e consumidores, é contribuir para a comercialização baseada na autogestão, na produção agroecológica e do comércio justo, responsável e consciente. Assim, cada produtor chega à feira com a maior parte da produção já vendida e com o apoio dos parceiros (UFRPE, IPA, Instituto Humanitas), vende cem por cento do que trazem do campo para comercializar na capital.

Segundo o professor da Universidade Federal Rural de Garanhuns, Caetano De`Carli, trabalhar a comercialização de produtos da agricultura familiar foi uma demanda do Fórum de Desenvolvimento Local do Agreste de Pernambuco, e com o Grupo de Consumo, hoje já são vendidas 10 cestas com produtos em cada feira, o equivalente a R$1.500, que representa apenas vinte por cento dos produtos trazidos pelos agricultores. “Eles vendem tudo o que trazem e ainda há mercado para mais”, enfatiza.

Serviço: Encomendas com o grupo de boleiras e demais agricultores através dos contatos:
Normandia: BR 104, 2º Distrito de Caruaru, em frente ao Parque Milano, fone: (81) 9.9499.3040
Grupo Fruto da Terra: cirandas.net/frutodaterra, grupofrutodaterra@gmail.com ou pelo fone: (81) 9.9449.1172

Assessoria de Imprensa Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária/ProRural

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