segunda-feira, agosto 03, 2015

Ourinhos pode ser a segunda cidade do interior paulista a ter uma Usina de Geração de Energia a partir do lixo

Alckmin, Paladino e Misato (Foto: Divulgação)

Preocupado com a crise da energia e a quantidade de lixo produzido em Ourinhos, o Vice-presidente da FENATEMA (Federação Nacional dos Trabalhadores em Energia, Água e Meio Ambiente) e presidente do Sindicato dos Eletricitários de Ipaussu, André Paladino, aproveitou a visita do Governador Geraldo Alckmin (PSDB) à cidade de Ourinhos no último dia 28, para pedir verbas para construir uma Usina Biodigestora na cidade.

Ourinhos pode ser a segunda cidade do interior de São Paulo a ter usina de geração de energia a partir do lixo. A primeira cidade a fazê-lo é Guatapará que desde maio de 2014 começou agerar energia elétrica a partir de biogás, obtido das 2,2 mil toneladas de lixo doméstico recolhidas diariamente em 20 cidades da região de Ribeirão Preto.

No dia do encontro, Paladino acompanhado do ex-prefeito e atual presidente da Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo (Codasp), Eng. Toshio Misato (PSDB),entregou ao Governador todo o projeto técnico e estudos que comprovam a necessidade de se pensar de forma urgente na questão do lixo nas cidades do interior do estado. Geraldo Alckmin, se prontificou a analisar e fazer o possível para que Ourinhos possa ser atendida.

Para fortalecer o pedido, aderiram ao projeto, e garantiram empenho nas cobranças junto ao Governador Alkmim o Deputado Federal Paulinho da Força (SD-SP) e Deputado Estadual Alexandre Pereira (SD). Deputados que em Ourinhos obtiveram expressiva votação na última eleição e já se comprometeram com a cidade, inclusive com destinações de algumas emendas.

A questão do lixo

Em Ourinhos, a geração de resíduos sólidos cresce mais do que a população. Cada ourinhense produz cerca de 300 kg de lixo por ano, em média. Traduzindo: quem viver até os 70 anos terá descartado mais de 20 toneladas de detritos.

Todo o lixo e resíduos produzidos e coletados no município de Ourinhos, são depositados em um aterro controlado. Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), um aterro sanitário é caracterizado pela disposição de resíduos sólidos urbanos no solo, minimizando os impactos ambientais.

Uma vez acondicionados em aterros, os resíduos sólidos podem comprometer a qualidade do solo, da água e do ar, por serem fontes de compostos orgânicos voláteis, pesticidas, solventes e metais pesados, entre outros. A decomposição de matéria orgânica presente no lixo resulta na formação do chorume, que pode contaminar o solo e as águas subterrâneas. Também podem se formar gases tóxicos, asfixiantes e explosivos, que se acumulam no subsolo ou são lançados na atmosfera.

Segundo Andre Paladino, que já realizou estudos, inclusive com visitas técnicas a usinas na Itália, o processo de biodigestão anaeróbico traz diversas vantagens como: a disposição correta do lixo, a separação e venda dos materiais recicláveis, o aproveitamento do biogás para produção de energia elétrica, a utilização do material orgânico (após a extração do gás) na agricultura como biofertilizantes, melhorias do ambiente em torno do aterro, uma vez que os componentes vestigiais dos resíduos são destruídos durante o tratamento, e ainda, contribuiremos diretamente para a preservação do meio ambiente. "Além disso há as vantagens do crédito de carbono, com aprovação da ONU, dos ganhos com crédito de carbono a atividade da usina, irá atender à demanda de biogás para o consumo industrial e também a venda de créditos de carbono para países ricos, comprometidos com a redução de emissões de gases de efeito estufa", explica Paladino.

Um caso muito interessante, e que està operando desde julho de 2003, onde integram-se a digestão anaeróbia e a compostagem, é na Bélgica, que trata mais de 55.000 t/ano de resíduos sólidos urbanos, com isso, a usina além de produzir energia térmo elétrica suficiente para as próprias exigências, é capaz de distribuir mais de 50% da eletricidade produzida para a rede pública, fornecendo eletricidade "verde" para mais de 2.000 casas.

Jailton Ferreira/Ascom Sindicato dos Eletricitários de Ipaussu

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