terça-feira, agosto 27, 2013

RN: Jornalista faz comentário preconceituoso no Facebook sobre aparência das médicas cubanas


Os 96 profissionais estrangeiros, entre eles 79 cubanos, inscritos no programa Mais Médicos foram hostilizados na noite desta segunda-feira (26), em Fortaleza (CE). O grupo, que participava de uma solenidade de acolhimento organizada pelo Ministério da Saúde, foi recebido com vaias e gritos, além de serem chamados de “escravos”. O protesto foi organizado pelo Simec (Sindicato dos Médicos do Ceará).

Na manhã desta terça-feira (27), a jornalista Micheline Borges, do Rio Grande do Norte, postou um comentário em seu Twitter sobre a aparência das médicas cubanas, que chegaram ao Brasil durante o fim de semana para trabalhar no SUS (Sistema Único de Saúde) em cidades mais carentes.

Na mensagem, que também foi compartilhada pelo Facebook, Micheline afirmou que “essas médicas cubanas têm uma cara de empregada doméstica” e ainda pergunta se elas realmente são médicas.

— Médico, geralmente, tem postura, tem cara de médico, se impõe a partir da aparência.

O post causou a ira de alguns internautas, que, inclusive, rebateram o comentário questionando “desde quando aparência tem a ver com competência?”.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse nesta segunda-feira (26) que o governo não vai tolerar qualquer incitação ao preconceito e à xenofobia contra os estrangeiros que estão no Brasil para trabalhar no programa Mais Médicos.

— Não admitimos qualquer incitação ao preconceito e à xenofobia. Temos que receber de braços abertos médicos e médicas que aceitaram esse chamamento para vir atender à população brasileira que não tem médicos.

Em nota, o CFM (Conselho Federal de Medicina) condena o programa, alegando que é irresponsável trazer profissionais estrangeiros sem avaliação, e cobra que os profissionais façam o Revalida — prova do Sistema de Revalidação de Diplomas Médicos — exame necessário para qualquer profissional da área trabalhar no País, exceto dentro do Mais Médicos.

R7

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