O pescador Arlindo Ferreira no local em que havia a barragem onde pescava (Foto: Jael Soares/G1)
Ele era acostumado a pescar de 10 kg a 15 kg diariamente e a faturar até dois salários ao mês em épocas de fartura. "Em 2009 e 2010, tinha muito peixe. Em 2011, era bem pouquinho o peixe. Em 2012, morreu tudo". Depois que a barragem secou, o que "resta hoje é o cheirinho de peixe nas redes", afirma. A família sobrevive basicamente do Bolsa Família e da aposentadoria dele.
Maria Luzinete da Conceição perdeu as contas da idade, mas sabe o que passa. A saudade do trabalho ela sente nas mãos que seguravam os peixes para tratá-los. E queria esquecer um dos dias mais tristes que viveu em mais de 60 anos.
Diante das necessidades, os idosos mais persistentes e alguns jovens seguem em busca de outras fontes na região, porém, o resultado é insuficiente – os peixes são pequenos, e o lucro não compensa o esforço do deslocamento e das jogadas de rede.
Venturosa é localizada no Agreste Meridional, região onde todas as localidades foram afetadas. O município enfrenta hoje queda da produção de leite e reservatórios poluídos por lixo e esgotos, além do esvaziamento da barragem e a morte dos peixes.