sábado, junho 11, 2016

“A intrusão salina constitui uma ameaça potencial ao suprimento de água”, explica o ambientalista Ênio Costa

Segundo o ambientalista, "uma das possíveis saídas para barrar o fenômeno de cunha salina é aumentar a vazão do rio. Desconheço alguma ação governamental para barrar o fenômeno, muito pelo contrário, falam em reduzir a vazão para 500 metros cúbicos [por segundo. Atualmente a vazão é de 800 m³/s].

O Rio São Francisco é o maior rio que nasce e deságua no Brasil. Sua existência é fundamental para a vida de milhares de pessoas. Na sexta-feira da semana passada (3) foi comemorado o Dia Nacional em Defesa do Velho Chico e, no último dia 5, o dia Mundial do Meio Ambiente. Mas será que existe algo para ser comemorado?

O Rio vem sofrendo ao longo do tempo com diversos problemas. Um deles, é o avanço do mar sobre as suas águas doce. E para falar sobre esse tema, conversamos Ênio Costa, que além de ambientalista, também é Sargento Bombeiro, Pedagogo e Mestre em Educação. Ele falou sobre esse fenômeno e o que precisa ser feito para salvar o Velho Chico. Acompanhe:

ENTREVISTA - Por Yonara Santos

PNB: Qual a atual situação do Rio São Francisco, se tratando de destruição ambiental?

E.C:
É situação é caótica e muito preocupante. O avanço mais claro da destruição do rio são as baronesas no lado de Petrolina. Sem contar todo processo de degradação ao longo de todo rio.

PNB: Podemos dizer que um dos problemas que rio enfrenta, é o avanço do mar sobre ele?

E.C:
Sim. Existe uma influência da cunha salina no estuário do rio São Francisco e suas consequências são graves.

PNB: Explica como isso funciona e porque tá acontecendo?

E.C:
O avanço da cunha salina ocorre quando a cunha de água salgada do mar avança ou se mistura com as águas doces do rio. Com a grande vazão que o rio tinha antigamente, a força não permitia a entrada de água salgada. Os pescadores relatam que antigamente não acontecia o fenômeno da água salobra invadindo o rio. Hoje, isso ocorre com frequência principalmente com as marés de maior amplitude.

PNB: Quais os problemas que esse avanço provoca no Rio?

E.C:
A intrusão salina constitui uma ameaça potencial ao suprimento de água, tanto para abastecimento humano, quanto para uso industrial e animal. Por conta disso, há uma necessidade de se compreender os impactos atuais gerados pela regulação das vazões do rio pelas usinas hidrelétricas.

PNB: O que é preciso fazer para parar com esse problema? Algo está sendo feito?

E.C:
Uma das possíveis saída para barrar o fenômeno de cunha salina, é aumentar a vazão do rio. Desconheço alguma ação governamental para barrar o fenômeno, muito pelo contrario, falam em reduzir a vazão para 500 metros cúbicos. (hoje está em 800)

PNB: O que pode acontecer se nada for feito para acabar com esse problema?

E.C:
Morte do rio com o seu ecossistema, ameaça ao potencial de suprimento de água doce.

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