quarta-feira, março 12, 2014

Petrolândia: Em entrevista a Assis Ramalho, Pe. Giovanni fala do sentimento de gratidão ao se despedir da paróquia local

Padre Giovanni Malacrida
Padre Giovanni em entrevista a Assis Ramalho
Foto: Sizenando Alves

O padre Giovanni Malacrida deixou oficialmente a Paróquida de São Francisco de Assis, em Petrolândia, na manhã no último domingo (09), com a chegada do seu substituto, Padre Fernando. A missa celebrada por Dom Gabriel, bispo da Diocese de Floresta, na Igreja Matriz de Petrolândia marcou a transição de párocos. 

Às vésperas de sua transferência para a Catedral de Floresta, padre Giovanni foi entrevistado por Assis Ramalho. Confira a entrevista abaixo. 

Assis Ramalho: Padre Giovanni, o senhor está de partida para a cidade de Floresta, deixando Petrolândia após mais de dez anos. O que o senhor sente neste momento?

Padre Giovanni: O que eu estou sentindo neste momento, sem dúvida, é um sentimento de gratidão. A bênção ao povo de Petrolândia por ter me recebido tão bem durante esses mais de dez anos, e para mim não está sendo fácil deixar uma caminhada onde eu fiz muitos amigos. Pelo outro lado, eu entendo o povo, que lamenta a minha saída, assim como eu também sinto em ter de deixar Petrolândia. Mas eu estou encarando tudo isso com uma certa serenidade, porque o bispo, Dom Gabriel (Diocese de Floresta) precisava desta tranferência e eu entendi que era a vontade de Deus que houvesse esta transferência, e a gente tem que aceitar com naturalidade e viver esse novo momento da minha vida.

Assis Ramalho: Padre Giovanni já chegou a derramar algumas lágrimas, após a definição da transferência?

Padre Giovanni: (Risos) Eu tenho tentado me segurar, mas eu tenho visto que muitas outras pessoas manifestaram sentimentos por mim, que é uma coisa bonita, porque são sentimentos de coração, de atenção e de agradecimentos. E isso é muito bonito.

Assis Ramalho: O senhor considera que foram dez anos de afinidade com o povo de Petrolândia?

Padre Giovanni: Se foi de afinidade eu não sei, porque quem deve dizer isso é o povo, mas eu sei que foram mais de dez anos, onde eu consegui lidar bem com todos, e durante esse tempo eu tive uma experiência muito positiva. Por isso, eu agradeço a Deus por ter me colocado aqui, em Petrolândia, e ter conhecido tantas pessoas boas, pessoas verdadeiras.

Assis Ramalho: Um padre, é claro, tem sentimentos iguais a outras pessoas. O que mais mexeu no coração, no sentimento de Padre Giovani: o dia em que deixou a sua cidade, sua família na Itália para vir para o Brasil, precisamente para o Rio de Janeiro, o dia em que teve de deixar o Rio de Janeiro para vir para Petrolândia, ou agora, que o senhor está saindo de Petrolândia para a cidade de Floresta?

Padre Giovanni: Essa pergunta é muito difícil pra mim responder. Mas eu sempre vivi esses momentos de separação, no caso de minha família, da minha terra, com muita tranquilidade, apesar de ser difícil. Graças a Deus, Deus me deu um temperamento que não tem me deixado muito sofrido e dolorido. Quando eu saí de lá (da cidade de Bormida, na Itália), foi uma escolha que eu fiz, é claro, de acordo com o bispo de lá. Depois, quando eu achei nescessário deixar a experiência do Rio de Janeiro, eu também saí com muita serenidade. Lá eu passei 13 anos, onde também fiz grandes laços de amizades, inclusive continuo mantendo com alguns até hoje. E agora, eu saiu daqui (de Petrolândia), também com serenidade, mesmo sentindo um pouco, porque você corta, eu diria, que não a amizade, mas os laços do dia a dia. Mas eu estou indo para uma cidade que fica perto de Petrolândia, diferente de quando eu saí da Itália para o Rio de Janeiro, e do Rio de Janeiro para Petrolândia, que foi de uma grande distância de uma para a outra.

Assis Ramalho: Já fez visita ao povo de Floresta, onde o senhor vai passar a conviver a partir de agora?

Padre Giovanni: Eu já estive em Floresta várias vezes, mais ainda não conheço. Sinceramente eu não sei como vai ser. O que eu sei é que vai ser um recomeço, onde eu vou conviver em Floresta com um outro padre, e eu espero que a gente possa ter um bom entrosamento. É evidente que nos primeiros dias a gente vai procurar escutar as pessoas, comhecer, e em conjunto, com o padre Nando, ver o que fazer para melhora de todos.

Assis Ramalho: Gostaria que o senhor deixasse uma mensagem para o povo de Petrolândia.

Padre Giovanni: Que o povo de Petrolândia continue levando adiante o caminho que tentamos fazer juntos nesses anos. Inclusive, eu peço que acolham bem esse novo padre que está chegando, que é o padre Fernando, que junto com o padre Antônio, vão assumir os trabalho aqui na Paróquia. E que o povo seja bom com eles assim como foi comigo. É claro que vai ficar um pouco de saudade de mim, mas que não vivam de saudades. Vivam sabendo que a vida continua e que o mais importante não é padre Giovanni, padre Antônio nem padre Fernando, o importante é que todos sigam o caminho de Cristo, porque ele é o verdadeiro ideal, ele é o verdadeiro pastor, e nós somos pequenos instrumentos que podemos ajudar na caminhada dos outros.

Assis Ramalho: Muito obrigado pela atenção com a nossa reportagem, muito obrigado por tudo que o senhor fez pela comunidade de Petrolândia, parabéns pelo seu carisma e pela sua simplicidade, e quem sabe um dia o senhor possa a voltar a ser padre aqui na nossa cidade. Também desejo boa sorte para o senhor em sua nova jornada na cidade de Floresta.

Padre Giovanni: Na verdade, não é muito comum um padre voltar para um lugar onde já esteve, mas fica aberta essa possibilidade. Eu também quero agradecer de todo coração a você, Assis, por sua simpatia, por sua amizade. Eu estou deixando esta paróquia, mas levo no coração os amigos de verdade e a amizade continua. Muito obrigado.

Assis Ramalho: Mas se o senhor for chamado para voltar a celebrar uma missa aqui em Petrolândia, por exemplo, durante a festa do padroeiro São Francisco de Assis, o senhor vem?

Padre Giovanni: Se o convite chegar, eu venho correndo.

Padre Giovanni recebeu o Título de Cidadão Honorário de Petrolândia, no dia 22 de fevereiro de 2013.

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Redação do Blog de Assis Ramalho
Fotos: Sizenando Alves, Assis Ramalho e Lúcia Xavier

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