sexta-feira, novembro 23, 2018

Avião com 215 médicos cubanos decola de Brasília rumo a Havana


Decolou à 1h18 desta sexta-feira (23), em Brasília, o primeiro avião com médicos cubanos que estão deixando o Brasil após o fim do programa Mais Médicos. Até o próximo dia 12, a expectativa é de que todos os profissionais de saúde que tinham contratos do tipo voltem à ilha caribenha.

O voo estava previsto para as 22h de quinta (22). Segundo a estatal Cubana de Aviación, o atraso ocorreu porque os cubanos levaram mais tempo que o previsto para chegar ao aeroporto e concluir o check-in.

O avião foi fretado pelo governo cubano junto à companhia, e decolou com 215 médicos. Uma segunda aeronave, com o mesmo tamanho e o mesmo número de passageiros, deve decolar em seguida – a previsão inicial de partida, à 1h, também não foi cumprida.

Ao todo, 430 profissionais com formação em Cuba chegaram ao DF desde a última quarta, em ônibus fretados vindos de diversas regiões. Até dezembro, outros cerca de 8 mil cubanos devem embarcar de volta ao país de origem.

O avião usado nesse primeiro voo chegou a Brasília às 20h08 desta quinta. A aeronave trouxe ao Brasil 170 profissionais do Mais Médicos, que estavam em Cuba por motivo de férias ou licença. Eles voltaram para buscar as bagagens e, em breve, devem retornar a Cuba em definitivo.

Primeiro embarque

O check-in do primeiro grupo começou às 17h, em uma área do aeroporto destinada aos voos fretados (charters). Na bagagem, os cubanos levavam muitos aparelhos eletrônicos, televisores, roupas e até animais de estimação.

Em muitos casos, os cubanos chegavam ao Aeroporto JK em caminhões-baú, usados tradicionalmente para mudança. Em um dos veículos, o G1 contou mais de 100 aparelhos de televisão.

Segundo funcionários do terminal, a imagem é comum nos voos entre Brasil e Cuba – mesmo quando há uma expectativa de retorno dos passageiros. O frete das bagagens foi feito por uma empresa privada.

O coordenador dos trabalhos, que usava uma camisa com a inscrição do Programa Mais Médicos, não quis informar se tinha sido contratado pelo governo cubano, pelo governo brasileiro ou por pessoa física.

Apesar de estarem orientados a não conversar com a imprensa, alguns médicos falaram informalmente com o G1 e disseram que estão "tranquilos" com o retorno à Cuba.

"Sentimos muito pelo Brasil. Antes do Mais Médicos, os médicos brasileiros nunca quiseram ir para o interior do país", disse um profissional cubano que atuava em Pernambuco até esta semana.

O grupo que chegou ao aeroporto de Brasília estava hospedado em hotéis da cidade desde quarta (21). Até o próximo dia 30, há previsão de pelo menos cinco embarques do tipo na capital federal.

O voo

O trajeto de 5,2 mil km entre o Aeroporto Internacional de Brasília (BSB) e o Aeroporto Internacional José Martí (HAV), em Havana, dura cerca de 7 horas. Nas companhias comerciais, o percurso costuma incluir uma conexão no Panamá.

Os voos previstos para os médicos cubanos, no entanto, são charters – ou seja, fretados especificamente para estas viagens. Os profissionais voltam para Cuba em aeronaves da estatal Cubana de Aviación, que não tem voo comercial permanente para Brasília.

Voos fretados não estão sujeitos, por exemplo, às restrições de bagagem da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Nestes casos, o volume e o peso máximo das malas devem obedecer a regras específicas da companhia contratada. A restrição de explosivos, cortantes e aerossóis, por exemplo, continua valendo.

G1 DF

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