quinta-feira, dezembro 06, 2018

Petrolândia sob chuva: Há risco de deslizamento de encostas na Serrota?



Foto: Lúcia Xavier/Arquivo BlogAR

De tempos em tempos, na TV ou na Internet, recebemos notícias sobre deslizamentos de terra em morros de grandes cidades, durante a temporada de chuvas. Quase sempre, são tragédias. Para nós, moradores de Petrolândia, no Sertão de Pernambuco, essas notícias parecem tão distantes quanto a possibilidade de um raio cair no nosso quintal. Mas, existe a possibilidade e, pior, existem também as condições para que isso ocorra em nossa cidade.

As chuvas desta semana, com raios e trovões, vieram para nos relembrar que, apesar de toda tecnologia, continuamos expostos às forças da Natureza e para nos mostrar o quanto nos arriscamos, pensando que o pior só acontece com os outros ou em outros lugares, distantes de Petrolândia. Árvores tombaram (uma sobre um automóvel), casas foram inundadas pela força das enxurradas, forros de gesso desabaram, goteiras nasceram onde não existiam, paredes e tetos ficaram encharcados, o piso de uma casa (construída em área de risco) cedeu, antenas e outros objetos foram levados pelo vento. E, no meio disso tudo, feito confete no Carnaval, muito lixo de ruas e quintais foi arrastado para dentro do rio e, possivelmente, para o bucho de inocentes habitantes das águas.

Nos 7 anos deste Blog, em algumas ocasiões já alertamos sobre a construção de residências no entorno do Mirante da Serrota, ponto mais elevado próximo ao centro da cidade, com visão privilegiada de Petrolândia e do Lago de Itaparica. O solo daquela área aparenta ser "solto" demais, efeito do processo de erosão em ação há décadas, intensificado pelo desmatamento da caatinga e a proliferação de lixo no local.

Em antiga postagem, chegamos a dizer que a estátua de São Francisco de Assis, instalada no Mirante da Serrota, poderia descer às margens do rio a que ele dá nome, durante alguma chuva mais forte. Exagero, talvez. Mas, ao visitar o Mirante e observar arborizados quintais de moradias construídas no sopé do morro, abaixo de uma alta encosta - atrás do muro da estação da Compesa-, com bordas perigosas até para o caminhar, como ignorar uma tragédia anunciada?

Hoje, estamos a maioria de nós empenhados em consertar nossos telhados, preocupados com a próxima pancada de chuva, que ainda poderá atingir nossa cidade e causar mais danos. Por que não aproveitar esses minutos de reparos sobre nossas casas para olhar em volta? Provavelmente, vamos perceber que aquilo que pode afligir nosso vizinho (mesmo que ele more na Serrota e nós no centro da cidade), pode nos afligir também, como cidadãos.

Blog de Assis Ramalho

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