quarta-feira, fevereiro 17, 2016

Centro de piscicultura da Codevasf produziu cerca de 3,5 milhões de alevinos no semiárido pernambucano

Foto: Divulgação/Codevasf

O Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Bebedouro, localizado no município de Petrolina, produziu, em 2015, cerca de 3,5 milhões de alevinos no semiárido pernambucano. A produção foi destinada à recomposição da ictiofauna (população de peixes) de rios, lagoas e grandes reservatórios hídricos, à inclusão produtiva de pequenos produtores e à realização de estudos e pesquisas.

Para ações de inclusão produtiva na área de atuação da 3ª Superintendência Regional da Codevasf, as espécies de maior produção são tilápia, carpa e tambaqui. Nos peixamentos são utilizadas espécies nativas da bacia hidrográfica do rio São Francisco, como o pacamã, piau e curimatã. “Essa ação é realizada regularmente pela empresa, e nós temos conseguido resgatar estoques pesqueiros de peixes que estavam sumindo do rio, como, por exemplo, o pacamã”, explica o chefe do Centro Integrado, o engenheiro de pesca Rozzanno Figueiredo. “O peixamento possui uma importância ambiental e social, uma vez que o pescador volta a ter o pescado tanto para consumo próprio, como também para comercialização”, ressalta.

Recentemente, a Codevasf realizou em Petrolina um peixamento que teve como objetivo o combate ao mosquito do Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e zika vírus. A ação foi realizada em parceria com a prefeitura municipal. A ideia é repetir a iniciativa em outras áreas que possam oferecer alguma ameaça à população.

“Nós escolhemos alevinos de tilápia porque é uma espécie bastante resistente a baixos níveis de oxigênio e a altas temperaturas. Então, esses alevinos vão se alimentar dos ovos das fêmeas e das larvas dos mosquitos, ajudando no combate do mosquito Aedes aegypti”, explica Rozzano Figueiredo

Pesquisa e tecnologia

O Centro Integrado de Bebedouro também desenvolve pesquisas científicas e tecnologia nas áreas de recursos pesqueiros e aquicultura. Nesta semana, professores e estudantes de pós-graduação da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) realizam estudos nas instalações do Centro Integrado voltados para a manipulação cromossômica de fêmeas de curimatã-pacu. A ideia é construir populações exclusivas de fêmeas desse peixe nativo do São Francisco.

“Nosso objetivo é produzir populações de peixes de apenas um sexo, porque algumas espécies apresentam uma diferença no crescimento por gênero. Em geral, fêmeas normalmente crescem mais do que os machos. Então produzir populações que sejam exclusivamente femininas proporciona um ganho na produção”, explica Raquel Coimbra, diretora substituta do Departamento de Pesca e Aquicultura da UFRPE .

A pesquisa foi iniciada em março de 2015. De acordo com a professora, o apoio da Codevasf tem sido fundamental para realização de diversos estudos e pesquisas desenvolvidos pela universidade na área de piscicultura. “Nós estamos utilizando a infraestrutura do Centro Integrado e também um pouco da expertise da Codevasf na área de reprodução”, finaliza.

Além de auxiliarem na realização de pesquisas desenvolvidas nas instalações do Centro de Bebedouro, os alevinos também são fornecidos para pesquisadores e estudantes para contribuírem com pesquisas de doutorado e mestrado e trabalhos de conclusão de cursos desenvolvidos em universidades da região.

O Centro Integrado de Bebedouro é um dos sete que a Codevasf possui em toda a bacia do São Francisco, que exercem destacado papel no desenvolvimento da aquicultura da região, conforme explica o chefe da Unidade de Recursos Pesqueiros e Aquicultura da Codevasf, Leonardo Sampaio. “Essa ação de Bebedouro no combate ao mosquito só comprova a importância dessas estruturas, não apenas para a empresa, mas, principalmente, para as populações que vivem em sua área de atuação”, conclui.

Codevasf

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