07 novembro 2025

Primeira Turma do STF forma maioria para rejeitar recurso e manter condenação de Bolsonaro

 

© Antônio Cruz/ Agência Brasil

Ex-presidente foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por liderar trama golpista. Defesa apresentou embargos, mas 3 ministros já rejeitaram argumentos dos advogados.

Por Márcio Falcão, TV Globo — Brasília

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria de votos nesta sexta-feira (7) para rejeitar recurso e manter a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão na chamada trama golpista.

Os ministros julgam no plenário virtual os chamados embargos de declaração, que pedem esclarecimentos sobre omissões, contradições e obscuridades nos votos.

Além do relator, Alexandre de Moraes, já votaram pela rejeição Flávio Dino e Cristiano Zanin. Portanto, o placar está 3 a 0 pela rejeição do recurso. Falta somente o voto da ministra Cármen Lúcia já que Luiz Fux deixou o colegiado.

Os votos podem ser inseridos no sistema eletrônico até o dia 14 de novembro.

Em setembro, por 4 votos a 1, a Primeira Turma entendeu que Bolsonaro liderou uma organização criminosa que atuou para manter o ex-presidente no poder mesmo após a derrota nas urnas eletrônicas.

O grupo usou estrutura do Estado, como a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e a Polícia Rodoviária Federal, contra adversários políticos, além de ter planejado até o assassinato de autoridades e atacado o sistema eletrônico de votação.

Estão sendo julgados os os embargos de declaração de:

* Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);

* Almir Garnier, almirante e ex-comandante da Marinha;

* Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF;

* Augusto Heleno, general e ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);

* Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;

* Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-ministro da Defesa;

* Walter Souza Braga Netto, general da reserva e ex-ministro da Casa Civil e da Defesa.

Moraes, Dino e Zanin também votaram pela rejeição dos embargos dos demais condenados. O placar está 3 a 0 para manter as penas em todos os casos.

Argumentos

A defesa de Bolsonaro classificou a sentença como injusta e afirmou que "é impossível manter a condenação". Os advogados alegaram que a condenação pelos atos de 8 de janeiro não se sustenta, porque ele não foi autor intelectual, nem incitou o crime.

Também disseram que faltam provas que relacionem Bolsonaro ao plano para matar autoridades, o plano Punhal Verde e Amarelo.

Ao votar pela rejeição do recurso de Bolsonaro, Moraes afirmou que ficou devidamente comprovado o papel de liderança do ex-presidente no grupo criminoso.

"Também foi demonstrada a autoria delitiva do embargante [Bolsonaro], tendo exercido a liderança da organização criminosa armada, tendo os apoiadores invadido os edifícios-sede das instituições democráticas destruíram, inutilização e deterioraram patrimônio do Estado Brasileiro, com a propagação da falsa narrativa de fraude eleitoral no ano de 2022", disse o relator do caso.

Por Márcio Falcão, TV Globo — Brasília

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