quarta-feira, outubro 26, 2016

Suspeito de mandar matar promotor acusa noiva da vítima e a chama de jararaca

Mysheva Martins e Thiago Faria juntos no dia em que noivaramFoto: Reprodução/Facebook

Primeiro acusado de matar o promotor Thiago Faria a ser interrogado no julgamento, José Maria Rosendo fez acusações à noiva do promotor, Mysheva Freire Ferrão Martins. Na primeira fase da ouvida, que teve um intervalo, o fazendeiro disse que Mysheva "é quem tinha o que ganhar com a morte do promotor" porque Thiago tinha comprado 25 vacas de leite, cada uma por R$ 5 mil e, que após a sua morte, os animais teriam sido vendidos pela advogada, que não teria dado nenhuma quantia à família do noivo. Rosendo acrescentou que "a ambição maior é que ela se aposentaria", referindo-se à pensão que a noiva receberia, uma vez que tinha uma união estável com a vítima. "A cobra mais venenosa da nossa região é a jararaca. A Mysheva tem veneno de 10 jararacas. Puxou ao pai. Não, que esse é covarde. Puxou à familia da mãe", declarou.

Durante as investigações, o delegado da Polícia Federal Alexandre Alves apontou que todas as provas e perícias indicaram que a briga por partes da Fazenda Nova, arrendada por Mysheva e administrada anteriormente por José Maria Pedro Rosendo, foram o motivo da execução. José Maria Rosendo havia determinado o corte de água da fazenda e o promotor mandou demolir uma casa que José Maria estava reformando para manter alguns de seus funcionários. O promotor alegou que o imóvel descumpria a distância legal de três metros e invadia seu terreno. Outro problema foi uma petição de espólio expedida pelo promotor, que acabou removendo José Maria como inventariante. Esse documento havia sido apresentado como contestação do processo judicial 13 dias antes do crime e só faltava o juiz decidir quem ficaria com a terra. Segundo a PF, o fazendeiro, que chegou a ser ouvido na CPI da Pistolagem, arregimentou parte dos envolvidos no assassinato durante viagem a Alagoas, onde procurou conhecidos e pessoas que fazem crimes por encomenda. Todos teriam sido acionados por meio de trocas de favores, sem que nenhum pagamento fosse feito. Para o delegado houve homicídio qualificado e dupla tentativa de homícidio e o próximo da lista de Rosendo, seria o pai de Mysheva.

O terceiro dia de julgamento de três dos quatro acusados começou por volta das 10h18, no Fórum Artur Marinho, sede da Justiça Federal em Pernambuco, no Jiquiá. Além de Rosendo, a expectativa é que ainda hoje sejam interrogados os réus Adeildo Ferreira dos Santos e José Marisvaldo Vitor da Silva. Antes de ter início a sessão, todos foram para uma sala reservada, onde receberam orientações dos advgados.

O interrogatório está sendo feito individualmente, ou seja, nenhum réu vai ouvir a fala do outro. A juíza Amanda Torres Lucena Diniz Araújo adiantou que os acusados não precisam responder às perguntas feitas. O quarto réu, José Maria Domingos Cavalcante teve o julgamento adiado para o dia 12 de dezembro porque o advogado dele, Émerson Leônidas, faltou à sessão sem justificativa. O quinto acusado, Antônio Cavalcante Filho, continua foragido.

O crime aconteceu em outubro de 2013, no Km 19 da PE-300, em Águas Belas, no Sertão do estado.O promotor Thiago faria Soares estava acompanhado da noiva Mysheva Freire Ferrão Martins e do tio dela quando dirigia pela PE-300, no município de Itaíba. Segundo simulação realizada no dia 23 de dezembro de 2013, os três foram perseguidos por um carro. O homem que estava no banco de trás desse veículo atirou com uma espingarda 12, acertando o promotor. Mysheva saiu do carro do noivo e se protegeu no barranco. O tio dela também saiu do veículo e andou pelo acostamento. Os atiradores voltaram e o homem que estava atrás atirou outras três vezes, antes de deixar o local do crime. Mysheva e o tio escaparam ilesos.

Diário de Pernambuco
Com informações da repórter Marcionila Teixeira

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