Jogador já passou por clubes como Flamengo, Santos e foi campeão mundial pelo São Paulo (Foto: Reprodução)
Por Denison Roma — g1 Maceió
O ex-jogador Marcos Adriano, de 56 anos, frequentou os principais estádios do futebol brasileiro na década de 1990. Vestiu as camisas pesadas de Flamengo, Santos, Bahia e Atlético-MG e chegou a fazer parte do elenco do São Paulo campeão mundial em 1992. Viveu o lado sedutor do esporte, com dinheiro, fama e festas. Após encerrar a carreira em 2008, no entanto, Marcos sofreu com a mudança de vida. Passou a ter dificuldades financeiras, se tornou dependente de álcool e começou a enfrentar também problemas com a Justiça.
Ele foi preso pela última vez em Palmeira dos Índios, interior de Alagoas, no mês de junho. Após discussões seguidas com familiares, que culminaram com uma agressão ao próprio pai, de 90 anos, Marcos chegou a ser levado ao presídio Cyridião Durval, em Maceió.
/s.glbimg.com/es/ge/f/original/2015/12/07/giovanni2.jpg)
Marcos Adriano em ação com a camisa do Santos em 1995 — Foto: Paulo Pinto/Estadão Conteúdo
Sob custódia do Estado, o ex-jogador recebeu apoio de amigos e familiares e foi transferido depois para uma clínica de reabilitação. Um dos responsáveis pela transferência foi José Bispo Filho, conterrâneo de Marcos Adriano. Dedicado à recuperação de dependentes químicos há mais de 20 anos, Bispo conversou com o ge sobre a situação do amigo.
— O Marcos Adriano foi preso algumas vezes devido ao alcoolismo. Na primeira, discutiu com o irmão, foi preso e liberado com a promessa de que iria se tratar. No entanto, não conseguiu e recaiu na bebida. Em seguida, teve sério desentendimento com o pai, um senhor de 90 anos, e mais uma vez foi preso. Na audiência de custódia, a juíza decretou a prisão preventiva e determinou que ele deveria ser conduzido ao sistema prisional - explicou Bispo, continuando:
— Ao todo, ele passou cerca de 30 dias preso, até que tivemos a ideia de sugerir que fosse transferido para uma clínica de tratamento para dependentes químicos. O pedido foi feito à Justiça e aceito com esse compromisso de o Marcos Adriano ser tratado. Ele está sob custódia do Estado, porém, numa clínica e não no presídio.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_bc8228b6673f488aa253bbcb03c80ec5/internal_photos/bs/2021/P/T/uA2ApoSAyYMlySMmNC5Q/aloisiochulapa-1613859967-2513562047105410310-499057189.jpg)
Marcos Adriano, Jadílson, Aloísio Chulapa e Cleiton Xavier num jogo beneficente em 2021 — Foto: Aloisio Chulapa/Arquivo pessoal
O amigo contou como foi a conversa que teve com Marcos Adriano no momento da transferência.
— Bom, primeiro, é importante dizer que ele não precisa de julgamento, mas, sim, de um tratamento digno. Na conversa que tivemos, eu disse que ele não pode voltar o que já aconteceu, mas que tem tudo para reescrever uma nova história e construir um futuro melhor. Isso só depende dele.
Fernanda Gonçalves, sobrinha de Marcos, disse em vídeo estar confiante na recuperação.
— É um sentimento de renovação, sentimento de que ele, com fé em Deus, a vontade dele e a ajuda dos profissionais daqui, ele vai, sim, se reerguer e voltar a ser aquele cara idolatrado por muita gente.
Tratamento caro
Para pagar o tratamento, que custa cerca de R$ 50 mil, durante seis meses, a família de Marcos Adriano espera contar com doações e vai lançar uma campanha de arrecadação. Segundo Bispo, ex-companheiros do futebol já se prontificaram a ajudar com parte das despesas.
José Bispo também lembrou que o alcoolismo é comum entre ex-jogadores de futebol.
— Isso que está acontecendo com o Marcos Adriano é um caso entre milhares que ocorrem no Brasil. São vários ex-jogadores que, a partir do momento que saem do estrelato, digamos assim, buscam refúgio no álcool, nas baladas... Eu entendo que esse problema deve ser melhor discutido pela própria CBF, junto aos representantes de atletas profissionais, para trabalhar a vida do jogador no pós-carreira.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_bc8228b6673f488aa253bbcb03c80ec5/internal_photos/bs/2022/j/d/njvRtcSAW12gGYZOijMA/whatsapp-image-2022-06-14-at-17.01.41.jpeg)
Marcos Adriano no pôster do São Paulo campeão mundial em 1992; ele é o primeiro em pé da dir. para esq. — Foto: Arquivo Pessoal
Rede de apoio
Ex-goleiro e conterrâneo de Marcos Adriano, Roberval Cavalcante lamentou a situação e explicou ao ge como pretende ajudá-lo.
— Apesar de não ter atuado com o Marcos Adriano, sempre acompanhei a carreira dele, até por ser um conterrâneo de Palmeira (dos Índios). O Marcos é um cara que sempre ajudou muita gente e agora precisa ser ajudado. Então, estamos engajados em colaborar de alguma forma, seja até mesmo com um jogo beneficente com a presença de grandes amigos que jogaram com o Marcos Adriano ou algo que possa ser feito para arrecadar valores e ajudar no tratamento dele.
Ex-Ceará, ASA e CSE, Roberval disse que as dificuldades financeiras acabam levando muitos ex-jogadores para o álcool.
— Como a grande parte dos jogadores são de origem humilde, não tem consciência de como é a vida financeira no pós-carreira e não se preparam para isso. Então, quando o cara deixa de jogar futebol, a parte financeira começa a ser afetada e muitos encontram no álcool um refúgio.
Por Denison Roma — Maceió
Ele foi preso pela última vez em Palmeira dos Índios, interior de Alagoas, no mês de junho. Após discussões seguidas com familiares, que culminaram com uma agressão ao próprio pai, de 90 anos, Marcos chegou a ser levado ao presídio Cyridião Durval, em Maceió.
/s.glbimg.com/es/ge/f/original/2015/12/07/giovanni2.jpg)
Marcos Adriano em ação com a camisa do Santos em 1995 — Foto: Paulo Pinto/Estadão Conteúdo
Sob custódia do Estado, o ex-jogador recebeu apoio de amigos e familiares e foi transferido depois para uma clínica de reabilitação. Um dos responsáveis pela transferência foi José Bispo Filho, conterrâneo de Marcos Adriano. Dedicado à recuperação de dependentes químicos há mais de 20 anos, Bispo conversou com o ge sobre a situação do amigo.
— O Marcos Adriano foi preso algumas vezes devido ao alcoolismo. Na primeira, discutiu com o irmão, foi preso e liberado com a promessa de que iria se tratar. No entanto, não conseguiu e recaiu na bebida. Em seguida, teve sério desentendimento com o pai, um senhor de 90 anos, e mais uma vez foi preso. Na audiência de custódia, a juíza decretou a prisão preventiva e determinou que ele deveria ser conduzido ao sistema prisional - explicou Bispo, continuando:
— Ao todo, ele passou cerca de 30 dias preso, até que tivemos a ideia de sugerir que fosse transferido para uma clínica de tratamento para dependentes químicos. O pedido foi feito à Justiça e aceito com esse compromisso de o Marcos Adriano ser tratado. Ele está sob custódia do Estado, porém, numa clínica e não no presídio.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_bc8228b6673f488aa253bbcb03c80ec5/internal_photos/bs/2021/P/T/uA2ApoSAyYMlySMmNC5Q/aloisiochulapa-1613859967-2513562047105410310-499057189.jpg)
Marcos Adriano, Jadílson, Aloísio Chulapa e Cleiton Xavier num jogo beneficente em 2021 — Foto: Aloisio Chulapa/Arquivo pessoal
Fernanda Gonçalves, sobrinha de Marcos, disse em vídeo estar confiante na recuperação.
— É um sentimento de renovação, sentimento de que ele, com fé em Deus, a vontade dele e a ajuda dos profissionais daqui, ele vai, sim, se reerguer e voltar a ser aquele cara idolatrado por muita gente.
Tratamento caro
Para pagar o tratamento, que custa cerca de R$ 50 mil, durante seis meses, a família de Marcos Adriano espera contar com doações e vai lançar uma campanha de arrecadação. Segundo Bispo, ex-companheiros do futebol já se prontificaram a ajudar com parte das despesas.
José Bispo também lembrou que o alcoolismo é comum entre ex-jogadores de futebol.
— Isso que está acontecendo com o Marcos Adriano é um caso entre milhares que ocorrem no Brasil. São vários ex-jogadores que, a partir do momento que saem do estrelato, digamos assim, buscam refúgio no álcool, nas baladas... Eu entendo que esse problema deve ser melhor discutido pela própria CBF, junto aos representantes de atletas profissionais, para trabalhar a vida do jogador no pós-carreira.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_bc8228b6673f488aa253bbcb03c80ec5/internal_photos/bs/2022/j/d/njvRtcSAW12gGYZOijMA/whatsapp-image-2022-06-14-at-17.01.41.jpeg)
Marcos Adriano no pôster do São Paulo campeão mundial em 1992; ele é o primeiro em pé da dir. para esq. — Foto: Arquivo Pessoal
Rede de apoio
Ex-goleiro e conterrâneo de Marcos Adriano, Roberval Cavalcante lamentou a situação e explicou ao ge como pretende ajudá-lo.
— Apesar de não ter atuado com o Marcos Adriano, sempre acompanhei a carreira dele, até por ser um conterrâneo de Palmeira (dos Índios). O Marcos é um cara que sempre ajudou muita gente e agora precisa ser ajudado. Então, estamos engajados em colaborar de alguma forma, seja até mesmo com um jogo beneficente com a presença de grandes amigos que jogaram com o Marcos Adriano ou algo que possa ser feito para arrecadar valores e ajudar no tratamento dele.
Ex-Ceará, ASA e CSE, Roberval disse que as dificuldades financeiras acabam levando muitos ex-jogadores para o álcool.
— Como a grande parte dos jogadores são de origem humilde, não tem consciência de como é a vida financeira no pós-carreira e não se preparam para isso. Então, quando o cara deixa de jogar futebol, a parte financeira começa a ser afetada e muitos encontram no álcool um refúgio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentários são publicados somente depois de avaliados por moderador. Aguarde publicação. Agradecemos a sua opinião.