A Delegacia de Polícia de Petrolândia - no centro da cidade - foi fechada em 2015 para reformas, mas se encontra em completo abandono (Fotos: Assis Ramalho/BlogAR)
Presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE), Áureo Cisneiros concedeu entrevista ao radialista e blogueiro Assis Ramalho, na Web Rádio Petrolândia.
O Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco apresentou, nesta quarta-feira (06), um dossiê sobre a realidade das delegacias de Polícia de Pernambuco
Após visitar a delegacia de Petrolândia, Cisneiros afirmou ter constatado que o efetivo é insuficiente e os policiais trabalham no limite. Provisoriamente a Delegacia de Polícia Civil, da 186ª Circunscrição em Petrolândia foi transferida do centro da cidade para a rua Capitão Guilherme de Souza, na Quadra 12, no ano de 2015. A delegacia, que era para passar por reforma, se encontra em completo abandono (fotos acima).
''Aqui em Petrolândia, nós temos dez policiais que ficam se revezando. Então, praticamente são dois policiais por dia, o que é um absurdo. Se você não tem efetivo, você não faz com efetividade o serviço da Polícia Civil, que é investigar os crimes. E se não há investigação dos crimes, vai rolar a impunidade, que é um incentivo a essa onda de violência que está aí sobre Pernambuco, que é considerado o terceiro estado mais violento do país. Ficamos até mesmo à frente do Rio de Janeiro, que é três vezes maior, em termo de população, do que Pernambuco''.
O sindicalista também criticou fortemente a delegacia de Tacaratu, segundo ele, a pior estrutura entre todas que ele visitou, enquanto cita delegacia de Floresta como modelo para as demais.
''A delegacia de Tacaratu é terrível. A policial que me recebeu lá disse 'olha, Áureo, os policiais que estão dormindo nesta delegacia, estão amanhecendo doentes'. É mofo por toda parede e infiltração. Com a chuva, ninguém pode trabalhar, com a goteira caindo, inclusive com o risco de perder informações, perder os inquéritos. É uma delegacia muito ruim'', disse Áureo, reprovando a estrutura das delegacias do Sertão de Itaparica, exceto a de Floresta. ''A delegacia de Floresta é um modelo, um padrão que deveria ser seguido''.
''A delegacia de Tacaratu é terrível. A policial que me recebeu lá disse 'olha, Áureo, os policiais que estão dormindo nesta delegacia, estão amanhecendo doentes'. É mofo por toda parede e infiltração. Com a chuva, ninguém pode trabalhar, com a goteira caindo, inclusive com o risco de perder informações, perder os inquéritos. É uma delegacia muito ruim'', disse Áureo, reprovando a estrutura das delegacias do Sertão de Itaparica, exceto a de Floresta. ''A delegacia de Floresta é um modelo, um padrão que deveria ser seguido''.
Nesta quarta-feira, 06 de junho de 2018, o Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE) expôs a realidade do segundo dossiê da PCPE. O primeiro deles foi apresentado três anos atrás, no início da atual gestão à frente do sindicato. Para a elaboração do segundo documento, os membros da diretoria percorreram delegacias e institutos médicos, criminalistas e de identificação por todas as regiões do Estado. De acordo com o SINPOL, a falta de estrutura na Polícia Civil é hoje um dos principais problemas que impulsiona a violência em Pernambuco.
“O que vimos é que quase nada mudou na política de segurança pública do estado. A falta de prioridade, diálogo e investimentos continuam imperando nesse campo. A Polícia Civil continua sucateada, sofrendo por falta de efetivo e quem tem pago essa conta é a população, já que cerca de 80% dos crimes cometidos em Pernambuco não são investigados por falta de condições e efetivo”, destacou o presidente do SINPOL, Áureo Cisneiros.
Durante os nove meses de visitações, os diretores do SINPOL constataram in loco o total descaso com o atendimento ao cidadão, com a investigação e com a solução de crimes, trabalho essencial para as garantias civis e o Estado Democrático de Direito, realizados com exclusividade pela Polícia Civil. Para se ter uma ideia, cerca de 80% das delegacias do estado estão fechando em horário comercial, finais de semana e feriados. Além disso, 40% dos imóveis que abrigam delegacias são alugados e não dispõe de adequação necessária para o funcionamento de uma unidade policial.