O jornalista Magno Martins comemora um feito: dez anos de fundação do seu blog, o primeiro em Pernambuco, um dos precursores do jornalismo online no país. Nesta entrevista, Magno, 36 anos de batente, tendo iniciado a vida profissional no Diario, onde atuou durante mais de 10 anos, num tempo em que os textos eram enviados às redações por telex e depois por fax, fala das mudanças operadas na profissão pela internet e do futuro dos jornais. "O papel ainda sobrevive por muito tempo, mas é evidente que o modelo de comunicação vai ser cada vez mais complementado pelo digital. Sobrevive não pelo saudosismo, como os discos de vinil, mas porque ele é conveniente. O leitor recebe em casa um relatório impresso, da marca que ele confia, com os fatos e análises das últimas 24 horas. É um valor para o indivíduo", diz o jornalista, considerado o pioneiro dos blogueiros em Pernambuco. A década do blog será celebrada às 20h, hoje, no Arcádia Bufê.
O senhor começou a fazer blog no Nordeste há dez anos, quando poucos ou quase ninguém sabiam de fato do que se tratava essa nova ferramenta. Foi um tiro no escuro?
Não diria que foi uma aposta arriscada, porque a internet começava a criar uma nova cultura na forma de informar em todo o mundo, entrando com uma rapidez impressionante no Brasil. Mas poucos jornalistas, principalmente os nascidos e forjados na indústria do papel, faziam prognósticos otimistas sobre o jornalismo online. Eu também sou um jornalista filho do impresso. Quando entrei pela primeira vez numa redação, em 1980, o instrumento mais moderno de receber e passar notícias era o telex. Logo depois chegou o fax, que se traduziu numa revolução, uma dádiva dos céus, especialmente para repórteres que, como eu, farejavam e caçavam a notícia como correspondente de um jornal no Sertão, o Diario de Pernambuco, onde comecei minha carreira.
O que mais surpreendeu nesta transição?